sábado, 2 de outubro de 2010

“SILVESTRE NÃO É PET!” questiona a posse de animais silvestres

Noticias - ANIMAIS - BRASIL
02-Out-2010

Documentário discute o bem-estar de animais silvestres e por que deveriam continuar livres na natureza

“SILVESTRE NÃO É PET!” questiona a posse de animais silvestres

Um documentário inédito, gravado no Brasil, discute a questão da posse de animais silvestres em áreas urbanas e no convívio com pessoas. Seja por modismo ou por uma forma de excentricidade, o número de animais silvestres no meio urbano brasileiro vem crescendo. Todos os anos, milhares de animais silvestres são comercializados, de forma legal ou ilegal. Em cativeiro, sofrem por não terem suas necessidades naturais atendidas. Muitos dos que sobrevivem são negligenciados, maltratados e até abandonados.

Com a apresentação de Fúlvio Stefanini, o “SILVESTRE NÃO É PET!” é narrado sob o ponto de vista da vida dos animais e explica que cada espécie tem um papel a cumprir em seu habitat. Não só isso, mas sofreu milhares de anos de evolução para se adaptar a ele e fazer sentido naquele contexto. No convívio com pessoas, são comuns os casos de mutilações, doenças físicas e psicológicas, fatores que os condenam ao eterno confinamento, sem chance de reintegração à natureza. Dessa forma, perdem sua função biológica, o que compromete a própria sobrevivência das espécies, a biodiversidade e o futuro do planeta.

O documentário questiona se temos o direito de manter animais silvestres como animais de estimação (pet) em pleno século XXI e assim provocar danos ao próprio animal e à natureza. E faz um alerta de que o conhecimento é a chave para escolhas e atitudes compatíveis com o nosso tempo.

Aproveitando as comemorações da Semana Mundial dos Animais (de 04 a 10 de outubro), o lançamento do documentário acontecerá no próximo dia 5 de outubro na UMAPAZ no Parque do Ibirapuera em São Paulo e no dia 07 de outubro no centro de visitantes do Jardim Botânico no Rio de Janeiro. Além de São Paulo e Rio de Janeiro (veja os convites abaixo), o lançamento também está previsto em outros 16 Estado brasileiros.

A produção, que conta com depoimentos de fiscais do IBAMA, da Polícia Federal, além de cientistas, professores e protetores que acolhem em seus santuários, é uma realização da SOZED-SP – Sociedade Zoófila Educativa de São Paulo, e o patrocínio é da WSPA Brasil – Sociedade Mundial de Proteção Animal.

“SILVESTRE NÃO É PET!” - São Paulo

“SILVESTRE NÃO É PET!” - Rio de Janeiro

Ativistas fazem nova manifestação contra obra com urubus na Bienal

02-Out-2010

Aves devem ser retiradas da exposição em cinco dias por determinação do Ibama

Do R7, com Agência Estado

Leonardo Soares/AE

Manifestantes disseram que, com atitude do Ibama, a "Justiça foi feita"

Neste sábado (2), ativistas de organizações não governamentais (ONGs) ligadas à defesa e proteção dos animais fizeram mais uma manifestação contra a obra do artista plástico Nuno Ramos, que usa três urubus em uma instalação intitulada Bandeira Branca, na Bienal de Arte de São Paulo. Nos cartazes, os manifestantes diziam que a “Justiça foi feita”.

Na sexta-feira (1º), o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais) notificou os organizadores da obra para que retirem os animais da exposição. Eles têm cinco dias para atender à determinação.

http://noticias.r7.com/sao-paulo/noticias/ativistas-fazem-nova-manifestacao-contra-obra-com-urubus-na-bienal-20101002.html

Leia mais

Ibama dá prazo de 5 dias para Bienal tirar urubus de instalação

Ibama-Sergipe responde ao vereador Tripoli: licença de exposição dos urubus da Bienal está cancelada

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LIBERTEM OS URUBUS: Nova Manifestação marcada para dia 02/10/2010

Pichador da Bienal diz ser tão marginalizado quanto urubus da obra de Nuno Ramos

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Assine a petição contra a utilização dos animais na Bienal

União Européia restringe o uso de animais em pesquisas

Noticias - ANIMAIS - MUNDO
02-Out-2010

Será vetado o uso de grandes primatas, como chipanzés e gorilas, em testes científicos. No entanto, outros primatas (como as diversas espécies de macacos) ainda podem ser usados.

Todos os membros da União Europeia têm agora dois anos para transformar as diretrizes em lei.

Pelas novas determinações, os laboratórios terão de solicitar aprovação do governo antes de utilizar qualquer tipo de animal em testes.

Os diferentes níveis de dor, variando de leve a severa, também foram especificados nas diretrizes, na tentativa de impedir o sofrimento excessivo nos animais.

Cerca de 12 milhões de animais são usados todos os anos em laboratórios europeus.

As novas diretrizes, que vão substituir leis de 1986, também obrigam os governos a realizar inspeções regulares em laboratórios que usam animais, sendo que algumas dessas visitas tem de ser surpresas.

Diversos grupos de defesa aos animais afirmaram que as novas regras ainda não são o suficiente. O BUAV (British Union for the Aboliton of Vivisection) disse os parlamentares perderam uma grande oportunidade.

As propostas rejeitadas incluíam restrições no uso de todos os primatas e um veto total a experimentos que envolvam sofrimento severo e prolongado.

Mas o grupo afirmou que estava satisfeito com a regra que exige o uso alternativas não-animais sempre que for cientificamente possível.

Para o grupo Humane Society International, as novas regras ainda não impedem o sofrimento agudo pelo qual passam alguns animais em determinados testes.

Mas o grupo fez um apelo para que outros países, incluindo os Estados Unidos, siga a Europa para melhorar esse tipo de legislação em todo o mundo.

Fonte: http://minhafarmacia.wordpress.com/2010/10/02/uniao-europeia-restringe-o-uso-de-animais-em-pesquisas/

Nota Tribuna Animal: Por favor reparem no numero "12 milhões de animais utilizados anualmente". Niveis de dor que variam de leve a severa? Francamento isso é insano, mas mesmo assim não deixa de ser um pequeno avanço na direção da abolição total da experimentação animal.

Ibama dá prazo de 5 dias para Bienal tirar urubus de instalação

02-Out-2010

Órgão admitiu falha ao ter autorizado o uso das aves em obra. Eles voltarão para parque em Sergipe, onde são criados

02 de outubro de 2010 | 0h 00

Viviane Biondo - O Estado de S.Paulo

O protesto de ambientalistas contra a exposição dos três urubus de cabeça amarela que fazem parte da obra Bandeira Branca, do artista plástico Nuno Ramos, na 29.ª Bienal de São Paulo, surtiu efeito. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) de São Paulo notificou os responsáveis pela mostra e deu um prazo de cinco dias para que os animais sejam retirados e retornem para o Parque dos Falcões, em Sergipe, onde são criados por José Persílio Costa.

"Admitimos que houve falha de processo", afirmou Gláucia Bispo, coordenadora do núcleo de fauna de Sergipe, onde foi concedida a licença para transporte e exposição dos animais. "Pelo fato de se tratar de animais com registro, não vimos pessoalmente o local para onde eles iriam. Nas fotos mostradas pelo criador, as instalações eram semelhantes às de um recinto em Brasília para onde eles já tinham ido outra vez", explica Gláucia. "Não tivemos problema em voltar atrás. Procuramos avaliar tudo com muito critério, mas não somos livres de falhas."

Em nota, os organizadores da Bienal informaram que a notificação está sendo analisada para que se encontre uma solução que atenda às demandas ambientais e, dentro da lei, concilie com a liberdade de expressão do artista, para preservar a integridade da exposição.

Prejuízos. O artista plástico Nuno Ramos acredita que se trata de argumentação judicial e que a Bienal deve responder. No entanto, adianta que vai acatar a decisão da Justiça, sem comentar sobre possíveis prejuízos para a obra pela falta dos urubus. "Prefiro falar disso depois que eles forem retirados."

De acordo com o Ibama-SE, não há chances de que seja concedida nova permissão para que os animais permaneçam na exposição porque, segundo laudo emitido pela unidade de São Paulo, as instalações são inadequadas pelo seu desenho de acomodação, falta de luz solar e caixas de som.

José Carlos Orlandim, presidente da ONG Animais da Aldeia, comemorou. "Foi uma excelente vitória para proteção animal. Mas estaremos na Bienal distribuindo panfletos até que os animais sejam retirados."

Protesto. Ativistas pelos direitos dos animais marcaram para hoje, às 14 horas, um protesto contra o confinamento das aves na frente da Bienal. Pelo menos cem pessoas são esperadas na manifestação.

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20101002/not_imp618619,0.php


Ibama determina retirada dos urubus da Bienal de SP

Após polêmica, órgão estipula prazo de cinco dias para a devolução das aves

Guss de Lucca, iG São Paulo | 01/10/2010 18:35

Foto: Agência Estado: Dois dos três urubus que integram a obra "Bandeira branca", de Nuno Ramos, na 29ª Bienal de São Paulo

Após causar polêmica na abertura da 29ª Bienal de São Paulo, a obra "Bandeira branca", do artista Nuno Ramos, foi notificada pelo Ibama por causa dos três urubus-de-cabeça-amarela que fazem parte da instalação. O órgão considera o local inadequado para a manutenção dos animais e estipulou um prazo de cinco dias para que as aves sejam devolvidas ao Parque dos Falcões, em Sergipe.

A instalação, uma das maiores desta edição do evento, cerca o vão central do interior do edifício com uma grade e, dentro dela, mantém três esculturas com caixas de som que tocam trechos das canções "Bandeira branca", "Acalanto" e "Carcará" - além dos três urubus.

Para veterinário, questão é mais política do que técnica

A redação do iG conversou com o veterinário William dos Anjos, responsável pela criação dos três urubus no Parque dos Falcões, em Sergipe. Foi ele quem transportou as aves até São Paulo e, no caso de cumprimento da decisão do Ibama, deve voltar para buscá-las.

De acordo com o tratador, a polêmica envolvendo a obra é mais política do que técnica, ilustrando uma disputa que se daria entre o vereador Tripoli (PV-SP) e o artista Nuno Ramos - além de uma dissonância entre o Ibama de Brasília e o de São Paulo.

"As coisas não estão sendo levadas para o lado técnico, mas sim para o político. Enquanto o Ibama de São Paulo pede que façamos adequações, o Ibama de Brasília exige o retorno dos animais para o parque", explica o tratador.

William concorda com alguns desses acertos sugeridos pelo Ibama de São Paulo, como o do distanciamento da grade, mas considera outras exigências descabidas. "Todo local em que animais são exibidos precisa de um afastamento do público, geralmente de um metro e meio, e ali não há. Por outro lado, pediram que água fosse colocada em cima das torres para que os urubus bebessem, só que aves de rapina não bebem água. Nem o Ibama conhece o comportamento das aves - é isso que eu quero mostrar."

O tratador também disse que quer evitar que o Parque dos Falcões se envolva numa disputa política entre o vereador e o artista, e garantiu que acatará a decisão final do órgão. "Até agora só recebi do Ibama a questão da adequação. Mas vamos acatar o que o Ibama decidir. Ele é o órgão regulador e é assim que deve ser feito."

http://ultimosegundo.ig.com.br/cultura/ibama+determina+retirada+dos+urubus+da+bienal+de+sp/n1237789343636.html


Ibama pede retirada de urubus de obra polêmica da 29ª Bienal de São Paulo

01/10/2010 | 18h40min

Argumento é que não há estalaçõess adequadas para as aves

O Ibama pediu nesta sexta-feira que o artista Nuno Ramos retire os três urubus que fazem parte de um obra que ele expõe na 29ª Bienal de São Paulo. Em comunicado, o órgão ambiental explicou que considera as instalações inadequadas para manutenção das aves. Foi estipulado prazo de cinco dias para que os animais sejam devolvidos ao Parque dos Falcões, em Sergipe, de onde foram cedidos.

Protestos

O artista disse ao Portal G1 que não se pronunciaria sobre o pedido do Ibama e que o caso seria resolvido pela Bienal. A presença dos urubus na instalação "Bandeira branca", vem causando polêmica desde antes da abertura oficial da 29ª Bienal. Internautas e grupos defensores dos direitos dos animais chegaram a criar um abaixo-assinado contra a exibição da obra do artista paulista que foi pichada.

Na ocasião, tanto Ramos quanto os organizadores declararam que a presença dos urubus estava "dentro da legislação" e que "o autor possui todas as licenças exigidas pelos órgãos de preservação ambiental para o uso desses animais".

A obra

Montada no vão central do prédio da Bienal, a obra tem três grandes esculturas em formas geométricas que lembram túmulos. As peças são cercadas por uma tela de proteção que acompanha, a rampa e as curvas do prédio de alto a baixo. No alto de cada uma delas há caixas de som que tocam trechos das músicas "Bandeira branca", "Carcará" e "Acalanto". Há também poleiros que se parecem com chaminés, de onde as aves raramente saem.

http://www.clicrbs.com.br/diariocatarinense/jsp/default.jsp?uf=2&section=Geral&newsID=a3060029.htm


Ibama pede retirada de urubus de obra da Bienal; mostra discute solução

01/10/2010 - 18h36

Urubus da obra "Bandeira Branca", de Nuno Ramos, no pavilhão da Bienal

O Ibama, órgão de defesa do meio ambiente, notificou nesta sexta-feira (1º) os responsáveis pelos três urubus da instalação "Bandeira Branca", de Nuno Ramos, pedindo a retirada dos animais da obra que está na 29ª Bienal de São Paulo. O órgão alega que "as instalações estão inadequadas para a manutenção das aves".

Em resposta à notificação, a Bienal disse em um comunicado que tentará, dentro da lei, "preservar a integridade da exposição". O artista Nuno Ramos tinha, até então, licença para a exposição dos pássaros pelo próprio Ibama.

Na notificação, o órgão de defesa ambiental diz que "os animais devem retornar ao seu local de origem em cinco dias. Esse prazo foi concedido considerando que é necessária uma logística para que eles retornem com segurança ao seu habitat".

O local de origem dos urubus é o Parque dos Falcões, na Serra de Itabaiana, a cerca de 56 quilômetros de Aracaju (SE).

A Bienal diz que a notificação do Ibama "está em análise pelo departamento jurídico e pela liderança da Instituição, no sentido de buscar uma solução que atenda as novas demandas dos órgãos ambientais e possa, dentro da lei, conciliá-las com os valores de liberdade de expressão do artista e de independência curatorial, na tentativa de preservar a integridade da exposição."

Na última quarta-feira, foi divulgada a instauração de um inquérito para apurar se os urubus estavam sofrendo maus tratos. A Delegacia do Meio Ambiente pediu ao Instituto de Criminalística que fosse feita perícia dos animais e das condições do local destinado a eles no pavilhão da Bienal.

No último sábado, dia da abertura da Bienal ao público, ativistas protestaram contra a obra, pedindo que o animal fosse solto, e a instalação foi pichada com a frase “Liberte os urubu”. Em entrevista ao UOL, o criador dos animais criticou os protestos dos ativistas.

http://entretenimento.uol.com.br/arte/bienal/ultimas-noticias/2010/10/01/ibama-pede-retirada-de-urubus-de-obra-da-bienal-mostra-discute-solucao.jhtm

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sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Bióloga do Ibama-SE admite falha em autorização para uso de urubus

01-Out-2010

Para Gláucia Bispo, licença a artista da Bienal 'foi emitida de forma precária'.
Nesta quinta, órgão revogou permissão e repassou caso ao Ibama de SP.

Do G1, em São Paulo


Vista de cima da obra
Vista de cima da obra 'Bandeira branca', de Nuno Ramos, que ocupa o vão central da Bienal. No detalhe, as aves sobre uma das 'chaminés' da instalação (Foto: Daigo Oliva/G1)
A bióloga coordenadora do Núcleo de Fauna do Ibama de Sergipe, Gláucia Maria Lima Bispo, afirmou ao G1, na noite desta sexta-feira (1), que falhou ao emitir a autorização para "transporte e manejo" dos urubus que integram a instalação do artista Nuno Ramos na 29ª Bienal de São Paulo.

A licença foi revogada nesta quinta-feira pelo próprio Ibama de Sergipe após receber parecer do Ibama de São Paulo atestando que as aves, cedidas pelo Parque dos Falcões, em Sergipe, estão sendo vítimas de maus tratos.

"Admitimos que a licença foi emitida de forma precária", disse Bispo à reportagem por telefone. "Recebemos o plano [da obra do artista] com antecedência, mas dado o volume de documentos e de coisas que a gente tem que ver, eu não atentei que seria uma situação em um ambiente assim, confinado. Ao emitir uma autorização para expor os animais no parque Ibirapuera, a impressão que tivemos é que [as aves] estariam numa área verde", explicou.

A bióloga reconhece que aprovou o uso das aves na obra baseada principalmente em fotos em preto e branco de uma obra semelhante que já havia sido montanda por Ramos em Brasília, em 2008, com os mesmos urubus.

Bispo diz que mudou de opinião depois que o Ibama de São Paulo, pressionado por reclamações da sociedade civil, a procurou. "Nós informamos sobre a emissão das licenças, dizendo que eles apresentaram um plano de manejo com fotos da exposição em Brasília e que não vimos impedimento, a princípio, na emissão destas licenças. Mas falamos para eles da precariedade de emissão de uma licença numa situação dessas e que, se eles verificassem que teria problemas, não teríamos nenhum problema em revogar nossa licença."

"Não temos problemas em reconhecer possíveis falhas que possam ser cometidas por nós", disse Bispo. "Nossa preocupação, em primeiro lugar, tem de ser o bem-estar do animal. Em se verificando problemas na forma como animal está sendo exposto, não há nenhum problema em voltar atrás."

Instalações inadequadas

O G1 teve acesso ao parecer do Ibama de São Paulo, datado de 30 de setembro, que considerou "as instalações e o manejo inadequados para a manutenção das aves pela duração prevista para a exposição, de aproximadamente três meses".

Segundo o documento, que é assinado pelo veterinário Claudio Massao Kawata, pela bióloga Rossana Borioni, e pelo agente de fiscalização Ivan Paulo Ortiz Pereira, "o local de cativeiro jamais recebe insolação direta ou ventos", e não oferece "isolamento de segurança" com o público. O parecer questiona ainda a inexistência de um veterinário responsável no local.

O documento do Ibama de SP estipula um prazo provisório de 15 dias para "adequação das instalações" segundo uma lista de nove exigências que incluem o acesso à luz solar, a remoção dos alto-falantes e a melhoria física no espaço da obra "dando alternativa aos animais de escolha". Após esse prazo, uma nova vistoria seria feita e a autorização, renovada a cada duas semanas, sempre com o parecer de um veterinário local.

Até a publicação desta reportagem, o G1 não conseguiu entrar em contato com os signatários do parecer. No entanto, um comunicado enviado pela assessoria de imprensa do órgão diz apenas que o Ibama de SP enviou notificação "aos responsáveis pelos 'três urubus-de-cabeça-amarela' (Cathartes burrovianus)" pedindo "a retirada dos animais" por considerar que "as instalações estão inadequadas para a manutenção das aves".

O comunicado afirma ainda que há um prazo de cinco dias para que os animais sejam devolvidos ao Parque dos Falcões, em Sergipe, de onde foram cedidos. O prazo, ainda segundo o Ibama, visa atender "uma logística para que eles retornem com segurança ao seu habitat".

Procurado pelo G1 por telefone, Ramos disse que não se pronunciaria sobre o pedido do Ibama e afirmou que o caso seria resolvido pela Bienal.

Em nota, os organizadores da mostra afirmam que a instituição está analisando o pedido do Ibama, mas não esclarece se os animais serão retirados ou mantidos na obra.

"A Fundação Bienal recebeu na data de hoje um comunicado do Ibama SP, que já está em análise pelo departamento jurídico e pela liderança da Instituição, no sentido de buscar uma solução que atenda as novas demandas dos órgãos ambientais e possa, dentro da lei, conciliá-las com os valores de liberdade de expressão do artista e de independência curatorial, na tentativa de preservar a integridade da exposição", diz o comunicado.

Abaixo-assinado e pichação

A presença dos urubus na instalação "Bandeira branca", de Ramos, vem causando polêmica desde antes da abertura oficial da 29ª Bienal, que ocorreu no último sábado (25). Cientes da obra, internautas e grupo de defensores dos direitos dos animais chegaram a criar um abaixo-assinado contra a exibição da obra do artista na mostra.

Na ocasião, tanto Ramos quanto os organizadores da Bienal declararam que a presença dos animais estava "dentro da legislação" e que "o autor da obra possui todas as licenças exigidas pelos órgãos de preservação ambiental para o uso desses animais".

No sábado, dia da abertura da mostra, instalação foi pichada (Foto: Filipe Araújo/Agência Estado)
No sábado, dia da abertura da mostra, instalação foi pichada (Foto: Filipe Araújo/Agência Estado)
É importante deixar claro que não tiramos os animais da natureza", disse Ramos ao G1 na ocasião. "Os urubus pertencem ao Parque dos Falcões [em Sergipe], onde vivem em cativeiro. Só tirei de uma gaiola e pus em outra 30 vezes maior."

Ainda segundo o artista, o tratador das aves e o veterinário foram trazidos para São Paulo para verificar as condições de segurança e adaptação dos animais ao ambiente da Bienal. "Ao menor sinal [de problema], a gente vai atuar", afirmou Ramos na semana passada.

No último sábado, durante a abertura da Bienal para o público, houve protestos contra a exibição das aves e, ao final do dia, um grupo cortou a grade de proteção da obra de Nuno Ramos e pichou os dizeres "Liberte os urubu" (sic).

Montada no vão central do interior do prédio da Bienal, no parque Ibirapuera, a instalação de Ramos é composta por três grandes esculturas em formas geométricas, que lembram grandes túmulos. As peças são cercadas por uma tela de proteção que acompanha, de alto a baixo, a rampa e as curvas do prédio projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer. No alto de cada uma delas, há caixas de som, que tocam trechos das músicas "Bandeira branca", "Carcará" e "Acalanto", além de poleiros que se parecem com chaminés, de onde as aves raramente saem.

Em 2008, a obra já havia sido montada em uma exposição n o Centro Cultural Banco do Brasil de Brasília. Segundo Ramos, as aves usadas na época eram as mesmas que estão agora na instalação da Bienal.

http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2010/10/biologa-do-ibama-se-admite-falha-em-autorizacao-para-uso-de-urubus.html

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