Vinícius Squinelo
As buscas pela onça-pintada de oito meses que fugiu na sexta-feira do Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) encerraram por volta das 18h30 desta segunda-feira (1º). As informações são do comando da PMA (Polícia Militar Ambiental).
Amanhã as buscas devem retornar logo cedo, antes das 7h, e terão como alvo as saídas de antigas galerias de águas pluviais que existem na região.
Nesta segunda-feira foram envolvidos 25 homens da PMA, dois biólogos, dois mateiros e seis cães preparados para caçar onça, que foram trazidos de uma fazenda de Miranda. Foram vistoriadas uma área de cerca de 130 hectares que engloba o Cras e o Parque das Nações.
De acordo com o comandante Matoso, as buscas pela onça foram até às 18h30 da tarde.
Sobre as características da onça, o comandante disse que ela só é atacada caso se sinta acuada. Além disso, ele ressaltou que o felino pode estar escondida em uma árvore.
A respeito de sua alimentação, o comandante disse ainda que a onça come 1kg de carne por dia e pode estar se alimentando de pequenos animais da região como cotias e tatus.
Sobre a onça-pintada
Maior carnívoro terrestre do Brasil, a onça-pintada pertence à espécie Panthera onca. Seu peso na fase adulta pode chegar a 130 quilos, e ela possui o corpo robusto, compacto e musculoso. Características que fazem do animal um excelente caçador. O Ibama lista a onça-pintada como animal ameaçado de extinção no país desde 2003, mas no Uruguai e em El Salvador não há mais ocorrência desta espécie. Na Bolívia, a caça do animal ainda é permitida. O principal refúgio da onça-pintada no Brasil é a região amazônica.
Diferente de felinos comuns, como os gatos, as onças-pintadas são capazes de emitir um som forte e grave conhecido como esturro. Outra peculiaridade diz respeito à pelagem, que varia do amarelo-claro ao castanho e é marcada por manchas pretas em forma de rosetas de tamanhos variados. Cada exemplar possui um padrão único de manchas que serve para distinguir membros de um mesmo grupo.
Hábitos
Em hábitats abertos, como o Cerrado, as onças-pintadas preferem fazer atividades no período noturno. Já em matas densas, elas são mais ativas durante o dia. No Pantanal, por exemplo, um macho pode ocupar uma área que chega a 100 quilômetros quadrados.
A onça-pintada demarca território com fezes, urina e marcas ou arranhões deixados nos troncos das árvores. Os indivíduos desta espécie passam a maior parte da vida solitariamente, e apenas interagem com os outros no período de reprodução. Um macho é capaz de acasalar com várias fêmeas.
O tempo de gestação da onça-pintada pode chegar a 115 dias, e é mais comum que nasçam dois filhotes por ninhada. Em geral, os filhotes mamam até o sexto mês e acompanham a mãe até um ano e meio de idade. A expectativa de vida do felino é de 12 anos na vida selvagem e até 20 anos em cativeiro.
Conflitos com o homem
A convivência entre o homem e a onça é conflituosa. Por causa do desmatamento acelerado das matas pelo ser humano, os hábitats de dezenas de espécies estão acabando. Sem presas naturais para caçar, as onças-pintadas passam a procurar outros locais de alimentação, e não raras vezes atacam o gado nas fazendas.
O abate indiscriminado também preocupa, porém, matar onças no Brasil é ilegal. Entre as práticas positivas em relação aos felinos silvestres, estão: usar cercas para impedir que o gado entre na mata; não caçar onças nem suas presas.
http://www.midiamax.com/view.php?mat_id=728443
Nota T.A. - Clique aqui para ter uma vista aérea do Parque das Nações Indigenas em Campo Grande/MS. O parque possui uma extensão de 119 hectares.
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