A poucos dias da reunião do G20 na Coreia do Sul, os activistas dos direitos dos animais preparam-se para aproveitar a ocasião para denunciar algo que mancha a imagem de modernidade do país: a criação de ursos em quintas para extracção da bilis. A veícula biliar destes animais é muito utilizada na medicina tradicional chinesa para o tratamento de várias doenças, avança a BBC News.
A bilis tornou-se uma mercadoria cara, razão pela qual, desde a década de 80, a criação de ursos tornou-se mais rentável do que a sua caça. Agricultores contactados pela BBC News garantem que todos os animais criados em cativeiro são bem tratados.
Uma opinião contrária à dos activistas dos direitos dos animais. “Mantê-los em gaiolas fá-los sentirem-se stressados, porque são animais selvagens”, referiu Kim Mi-young, membro do Green Korea United. “Há muito sofrimento nestes ursos. É fácil observar sinais de stress, como são, por exemplo, os movimentos repetitivos. O facto de estarem em jaulas apertadas torna-os agressivos e chegam a agredir-se seriamente”, alerta a mesma jovem.
Os ursos asiáticos integram a lista de espécies ameaçadas e o seu comércio internacional é proibido. Muitos países industriais estão a ser forçados a adoptar medidas. No Vietname, por exemplo, interditou o seu comércio, embora a lei praticamente não esteja a ser aplicada, e até a China decidiu implementar um sistema de monototização destas explorações.
Mas a Coreia do Sul continua a autorizar a criação de ursos em cativeira e até aligeirou alguma da legislação que existia. A extracção da bilis com recurso a seringas ou cateteres em ursos sedados é proibida, mas imagens captadas clandestinamente, e divulgadas por um canal de televisão coreano, provam que esta é ainda uma prática corrente.
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