segunda-feira, 3 de maio de 2010

Matança de botos em lagoa no Peru já fez 200 vítimas, dizem moradores

Noticias - ANIMAIS - MUNDO
03-Mai-2010
Fonte: Globo Amazônia

Moradores da região de Bagazán, na Amazônia peruana, relataram ao jornal El Comercio que já encontraram duzentos botos-cor-de-rosa mortos nas imediações de uma lagoa próxima nos últimos dois anos.

Pelo menos cinco cadáveres de boto foram encontrados no local na semana passada, chamando a atenção das autoridades.

Junto aos animais, as autoridades locais encontraram pequenos peixes envenenados. Os pescadores teriam matado os botos cor-de-rosa dando veneno aos pequenos peixes, que foram comidos pelos mamíferos aquáticos. Segundo investigação, trata-se de um veneno agrícola bastante comum.

Os botos, que vivem em regiões amazônicas de Peru, Brasil e Colômbia, foram achados encalhados na quinta-feira (29) às margens do Rio Ucayalí.

Concorrência

Segundo moradores, os pescadores-caçadores consideram esses animais seus competidores, pois comem os peixes do rio e da lagoa próxima.

Em reunião com representantes do governo peruano, moradores de Bagazán pediram mais recursos para fiscalização e exploração sustentável da região. A polícia local sequer dispõe de um barco com motor potente o suficiente para vigiar a região, reclamaram.

Matar botos é crime previsto no Código Penal peruano, assim como no Brasil. Reportagem do Globo Amazônia já mostrou que nos mercados da Região Norte brasileira existe o comércio ilegal de olhos de boto cor-de-rosa como amuletos. A compra de qualquer parte desses animais também é proibida. Quem comete o crime pode pegar de um a seis meses de prisão, que pode ser multiplicada por três caso a caça seja comercial.

Segundo informações do Centro de Mamíferos Aquáticos do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em Belém, botos-cinza são mortos para serem usados como isca para a pesca de tubarão. Também ocorre a captura acidental - se o animal se engancha numa rede de pesca, não consegue subir para respirar, e pode morrer. (AL)

http://portalamazonia.globo.com/pscript/noticias/noticias.php?idN=104618

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