Segundo denúncia, muitas ossadas de cães estão enterradas no local
Adriana Krauss - Diário Catarinense
Um policial militar está acusando o comandante do canil de São José, o major Claudionor de Souza, de mandar executar cachorros na instituição. Segundo o PM, que não quis se identificar, um cão teria sido executado com um tiro dentro do canil, no bairro Barreiros.
— O cão estava saudável, não aparentava nenhum tipo de doença que justificasse o sacrifício dele — comentou.
O animal, de acordo com o denunciante, teria chegado ao canil em um carro particular e seria de um capitão que queria se livrar do bicho. O policial conta que esse não foi o único animal morto a tiros.
— Isso já vem acontecendo há bastante tempo, inclusive em comandos anteriores, se tornou praxe. Existe uma infinidade de ossadas enterradas na propriedade da polícia, onde fica o canil — garantiu.
Desconfiado de que a informação havia ultrapassado os muros do canil, o major teria orientado os policiais a reduzir as mortes a tiros. A orientação, então, seria a de abandonar os cães em comunidades carentes.
Na última sexta-feira, Claudionor teria ordenado que outro animal fosse morto a tiro. Seria um cão da raça pastor alemão doado por moradores para ser adestrado e trabalhar em operações. Mas, no dia da execução, PMs teriam se recusado a puxar o gatilho e avisaram uma organização protetora de animais sobre o procedimento.
Representantes da ONG É o Bicho avisaram o canil da PM que denunciariam a prática que fere a legislação federal. O cachorro foi encaminhado para uma clínica no bairro Estreito, em Florianópolis, onde foi morto com medicamentos. A justificativa: o cão, que não teria sido aprovado no adestramento, estava com sarna. A doença, no entanto, teria tratamento fácil e não explicaria o sacrifício.
O que diz a PM
O coordenador do departamento de comunicação social da Polícia Militar, coronel João de Amorim, informou que a corregedoria foi acionada, ainda nesta quarta-feira, para investigar a denúncia.
Também destacou que será aberta uma sindicância para verificar a veracidade dos fatos e, se necessário, pode ser aberto inquérito policial. De acordo com Amorim, o major Claudionor não vai se pronunciar por enquanto. Ele será ouvido durante as investigações.
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