quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

WWF alerta que 2010 foi um “ano desastroso” para a proteção dos rinocerontes

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22-Dez-2010

Foto: Tobias Schwarz/Reuters
Em Outubro, os parques sul-africanos criaram uma unidade de combate contra a caça furtiva dos rinocerontes - Foto: Tobias Schwarz/Reuters
Em Outubro, os parques sul-africanos criaram uma unidade de combate contra a caça furtiva dos rinocerontes

AFP

A caça furtiva aos rinocerontes deixou de lado as lanças e as espingardas e subiu de nível. Helicópteros, armas silenciosas, binóculos com infravermelhos e tranquilizantes são ameaças que tornaram 2010 um “ano desastroso” para aqueles animais ameaçados de extinção, alerta a WWF.

O epicentro do massacre está na África do Sul, que concentra mais de 70 por cento da população mundial de rinocerontes. Este ano, 316 animais foram mortos por caçadores furtivos, contra os 122 de 2009 e menos de dez há duas décadas, segundo o Fundo Mundial para a Natureza (WWF).

“Este ano foi desastroso para a protecção dos rinocerontes”, lamentou Joseph Okori, coordenador dos trabalhos com os rinocerontes africanos na WWF. “As organizações criminosas na África do Sul operam com uma tecnologia muito avançada. Estão muito bem coordenadas. Isto não é a caça furtiva habitual.”

Apenas restam no planeta 25 mil rinocerontes, distribuídos por três espécies na Ásia e duas em África, de acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN). Quatro estão ameaçadas de extinção.

A caça e a desflorestação causaram danos na Ásia. Os rinocerontes de Java e de Sumatra estão classificados como espécies em perigo crítico de extinção e o rinoceronte da Índia está dado como vulnerável.

Em África, estes grandes mamíferos foram dizimados pela caça nos séculos XIX e XX. Mas graças à criação de parques nacionais e à luta contra o abate ilegal, a população de rinocerontes brancos é hoje de 17.500 animais e a de rinocerontes negros 4.200, precisa a UICN.

Ainda assim, estes esforços poderão ser anulados pela Ásia, onde um corno de rinoceronte pode ser vendido a 70 mil dólares, ou mesmo mais, no mercado negro, apesar da proibição da CITES (Convenção sobre o comércio internacional das espécies de fauna e flora selvagens ameaçadas de extinção). O corno é utilizado para fazer baixar a febre na medicina tradicional chinesa e como cura contra o cancro no Vietname.

“O Vietname surgiu de repente, em 2000, como um novo mercado. Hoje é dos maiores do mundo”, disse Tom Milliken, director para a África oriental e austral da Traffic (Comércio Internacional das Espécies Selvagens), programa comum da WWF e da UICN.

Face à amplitude do fenomeno, os parques nacionais sul-africanos tomaram medidas drásticas ao criar, em Outubro, uma “unidade de combate contra a caça furtiva dos rinocerontes”. Outros escolhem cortar os cornos aos animais, reforçar as patrulhas ou infiltrar-se nas redes criminosas.

“Existe uma procura ilimitada e se não a atacarmos na fonte, vai espalhar-se para outros países como já vimos acontecer”, disse Milliken.

http://ecosfera.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1472132

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