Centro de Controle de Zoonoses registra aumento no número de animais de estimação abandonados
Natan Dias
As viagens de final de ano provocam o aumento de animais de estimação abandonados. Quem não tem amigos ou parentes para deixar os bichinhos e nem condições para pagar um hotel específico, acaba deixando-os nas ruas. O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Campinas não tem mais vagas para cães. “É um período que muita gente larga o cachorro porque não encontra ninguém para cuidar. O número de chamados aumenta cerca de 40%, inclusive de gente que quer deixar o cão aqui porque não o quer mais, só que não aceitamos. A responsabilidade de encontrar um novo dono é do proprietário”, afirmou a médica-veterinária do CCZ, Marisa Denardi.
Segundo ela, as solicitações para recolher cães soltos nas ruas cresce no período de férias e final de ano. Entretanto, pela impossibilidade de atender a essa demanda, muitos casos não são atendidos. “Infelizmente aumenta muito o número de casos. Hoje temos por volta de 80 cães, e cerca de 30 são pitbull”, explicou.
Marisa disse que o critério para que os animais sejam recolhidos pelo CCZ é que estejam soltos mas, além disso, precisam apresentar um quadro de doença, sofrimento, que tenham mordido alguém ou vítimas de atropelamento. “É preciso conscientizar os proprietários que eles são responsáveis pelos animais e que é crime o abandono. Se não tem com quem deixar, deve levar para um hotel para cães. Deixa solto na rua não resolve”, disse.
Hotel
No Resort Dog, localizado no Parque dos Pomares, em Campinas, todas as vagas estão esgotadas até o começo do próximo ano. “Tem que reservar antes, pois nas férias de julho e no final do ano fica cheio mesmo”, conta Juliana Trevesan, proprietária do Resort Dog, que possui 39 baias para cachorros. Segundo ela, a demanda é muito grande, pois está cada vez mais difícil encontrar alguém para realizar esse trabalho voluntário. A doméstica Ana Paula Inácio, de 33 anos, deixou, a pedido da patroa, os dois bulldogs e o schnauzer no hotel para o Natal, e depois irá levá-los novamente para passar o Ano Novo. “Não tem como deixar em casa sozinhos. Reservamos antes porque sabemos que nessa época lota”, disse Ana. Ela relatou que o único que volta um pouco mais quieto é o bulldog Ozzy. “Ele é o mais paparicado em casa, então fica um pouco carente, mas é normal dele. A gente sabe que são bem cuidados.”
A agente de viagens Silvia Cintra Pereira, de 55 anos, é uma das novas clientes do serviço. Deixou pela primeira vez o bichon frise Johnnie no hotel há algumas semanas. “Tinha receio antes, mas como ele voltou bem, vou deixá-lo de novo no Natal”, disse
Para o engenheiro Frederico Lages da Mota, de 34 anos, dono do beagle Scott, o principal é ter confiança onde se deixa o animal. “Nas férias sempre deixo meu cachorro no hotel. Mas é preciso que tenham carinho e atenção com o bicho”, afirmou.
Nota T.A. - Somente multas pesadas e prisão para o crime de abandono resolveriam esta questão que além de ser um crime de maus tratos é também um crime contra a saúde publica que agride toda a sociedade, além de trazer maiores gastos para o poder publico.
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