28-Mar-2011
Cachorro sumiu depois que dono foi levado para abrigo.
Cartazes espalhados pelo bairro dão telefone e endereço para devolvê-lo.
Cartazes espalhados pelo bairro dão telefone e endereço para devolvê-lo.
Thamine Leta
Do G1 RJ
O cartaz divulgado nos arredores da praça - (Foto: Divulgação)
O sumiço de um cachorro vem mobilizando moradores de Ipanema, na Zona Sul do Rio desde meados do mês de março. Neguinho, um vira-lata de cinco anos, desapareceu e deixou seu dono, o morador de rua Renato, de 21 anos, desolado. A recompensa para quem encontrá-lo é de R$ 1 mil.
Segundo moradores e comerciantes da Praça General Osório, onde o cão e o dono ficam desde 2006, o cachorro sumiu depois que o dono foi levado por agentes da prefeitura para um abrigo. Antes de deixar o animal para trás, ele o deixou amarrado em uma grade, quando voltou, ele não estava lá.
Como foi
“As pessoas que estavam na praça viram duas senhoras levando o cãozinho. Elas não fizeram por maldade. Fizeram porque ele latia muito e, como estava amarrado na grade com um cadarço, estava incomodando. Quando Renato voltou ao local, o Neguinho não estava. Ele ficou desesperado, desolado. Desde então estamos todos procurando por ele”, conta Mônica Mallet, uma moradora da região, que ajuda o morador de rua e é hoje sua pessoa mais próxima.
“Eu combinei com Renato que eu dou R$ 500 e a outra metade ele vai pagar com o dinheiro da demissão dele. Eu só rezo, quero muito ajudar o Renato e achar o único amigo dele”, explica Mônica.
200 cartazes
Desde o dia 16 de março, data em que o vira-lata desapareceu, algumas pessoas já ligaram para Mônica dando pistas do cachorro.
“No sábado me ligaram dizendo que um cão muito parecido estava em Copacabana. Fomos atrás, mas infelizmente não o encontramos”, lamentou. Mônica espalhou mais de 200 cartazes pelo bairro e com a ajuda de outros moradores pretende divulgar ainda mais fotos de Neguinho.
Amigos de longa data
Em 2007, Mônica passava uma temporada no apartamento de sua mãe, na Rua Visconde de Pirajá, e se deparou com Renato e Neguinho dormindo debaixo de uma marquise. “Eu senti compaixão por ele. Eu passava por ali todo dia e ele estava lendo um livro, sempre arrumado. Comecei a conversar, dar comida pra ele e para o Neguinho. Em 2008, arrumei um emprego em Niterói pra ele. O Renato me chama de madrinha”, diz, emocionada.
Após três anos trabalhando e morando na Região Metropolitana do Rio, Renato deixou o emprego e voltou a morar na rua. “Ele teve uma desavença com outros empregados e saiu de lá. Mas está estudando e já arrumei outro emprego pra ele. Só que ele está perdido sem o cachorro. O Neguinho é a única família dele”, contou Mônica. Segunda ela, Renato é filho de uma moradora de rua e tem mais quatro irmãos que teriam sido adotados por uma família francesa.
http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2011/03/cartaz-em-ipanema-oferece-r-1-mil-por-cao-sumido-de-morador-de-rua.html
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