segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Greenpeace faz protesto na sede da BP em São Paulo

Noticias - MEIO AMBIENTE - BRASIL
09-Ago-2010
Marcelle Ribeiro

 Um grupo de 15 ativistas do Greenpeace fez um protesto em frente à sede da empresa BP (British Petroleum), na Avenida Rouxinol, no bairro de Moema, Zona Sul de São Paulo na manhã desta segunda-feira, para alertar para os perigos da exploração de petróleo em alto mar. Os manifestantes usaram uma furadeira para afixar uma placa na entrada do prédio comercial onde funciona o escritório de uma das empresas do grupo, a Air BP. A placa dizia: "BP hoje, pré-sal amanhã". ( Veja mais fotos do protesto do Greenpeace)

Os ativistas, que usaram macacão, botas e máscaras levaram quatro latões pretos, que simulavam barris de petróleo, e protestaram contra o vazamento de petróleo pela BP no Golfo do México. O poço petrolífero vaza desde 20 de abril, no maior desastre com petróleo na história dos EUA, quando uma plataforma de perfuração no local explodiu e afundou, deixando 11 mortos. Estima-se que haja um vazamento de entre 1,9 milhão e 3 milhões de litros diários de óleo no mar.

Uma substância preta, composta de farinha com tinta não tóxica e lavável, foi derramada na porta do prédio da BP, e, em cima do líquido, os ativistas jogaram animais de pelúcia, como tartarugas e caranguejos. Os manifestantes disseram que tentaram ser recebidos por funcionários da petrolífera, mas como nenhum dos representantes da empresa quis recebê-los, protocolaram uma carta informando os motivos do protesto.

Na opinião do coordenador da campanha de Energia do Greenpeace no Brasil, Ricardo Baitelo, os brasileiros devem ficar atentos aos riscos do pré-sal, já que as reservas brasileiras estão a 7 mil metros de profundidade. Segundo a ONG, a plataforma onde aconteceu o acidente da BP no Golfo do México extraía petróleo a quase 2 mil metros de profundidade.

- A extração de petróleo em alto mar é uma atividade que vem causando outros impactos há muito tempo. Há a possibilidade que aconteça algo pior nas reservas do pré-sal, onde a gente tem uma profundidade maior e uma dificuldade maior de extrair esse petróleo. Já passou da hora de a gente pensar em fontes de energia renováveis. A vocação brasileira é de fontes renováveis, não só o etanol, como outros tipos de energia - disse.

Na opinião de Baitelo, precisa haver mais vontade política no Brasil para que a matriz energética do país seja mais limpa.

- A gente tem um grande potencial de vento e de sol que não está sendo convertido pelas tecnologias. Temos conversado com o governo, até sobre o marco regulatório do pré-sal, para garantir que se pense numa transição para as fontes limpas. Isso não acontece de hoje para amanhã, é preciso criar um fundo especial para desenvolvimento de fontes renováveis - afirma.

Segundo Baitelo, o Greenpeace deve fazer outro protesto contra a exploração de petróleo nesta segunda-feira, no Capitólio, em Washington, nos Estados Unidos. Além disso, um navio da ONG chegou ao Golfo do México para fazer uma análise paralela dos danos causados pelo acidente.

A Polícia Militar foi chamada, mas não impediu o protesto, que durou cerca de 30 minutos. A PM levou o coordenador da campanha de Energia do Greenpeace no Brasil, Ricardo Baitelo, para o 96º Distrito Policial, para registrar o caso como dano.

http://oglobo.globo.com/economia/mat/2010/08/09/greenpeace-faz-protesto-na-sede-da-bp-em-sao-paulo-917350363.asp

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