segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Rio de Janeiro: Maus-tratos aos zoológicos

09-Ago-2010

Sujeira por todo lado, jaulas enferrujadas, banheiros entupidos, crateras no chão e alas inteiras fechadas ao público decepcionam visitantes

Rio - Lixo, mau cheiro, calçadas irregulares e uma cratera aberta no chão há quatro meses. Quem vai aos zoológicos do Rio e de Niterói em busca de lazer encontra abandono e alas inteiras fechadas ao público.

Gatos e pombos infestam o viveiro das tartarugas, em Niterói | Foto: Carlo Wrede / Agência O Dia

No fim de semana, O DIA constatou o descaso com os animais e os visitantes nos dois locais. Sujeira e falta de infraestrutura foram os aspectos mais criticados pelo público. No zoo carioca, os banheiros estavam entupidos e, em consequência disso, as filas eram enormes. “Trouxe até o papel higiênico de casa. Isso aqui está muito sujo!”, reclamou a estudante Rafaela da Silva, 13 anos.

Na área de alimentação, a falta de limpeza traz outro problema: os mosquitos se aglomeram em meio aos restos de comidas e latas de refrigerante que os próprios garçons jogavam ao chão, formando uma pilha. Com um bebê de colo, a dona de casa Laura Morais reclamou da falta de fraldário: “Só tem uma mesa de madeira suja, sem estrutura para trocar uma criança e lavar as mãos”.

Já no Zoológico de Niterói, em meio a patos e outros pássaros, um urubu visitante virou atração. “Nunca vi esse bicho no zoológico. Deve ter carniça no viveiro”, observou a dona de casa Kelly Mendonça. O veterinário do Zoonit, Marco Janackovic, admite que a presença do ‘invasor’ não é a situação ideal. “O problema é que os restos de comida atraem outros bichos”, explica. No viveiro das tartarugas, gatos e pombos também dividem o espaço com os répteis em exposição.

Outros pontos críticos são as jaulas dos primatas de Niterói, que estão enferrujadas, e as inúmeras áreas em manutenção, que desapontam os visitantes no RioZoo. Lá, são seis áreas sem animais, como o viveiro do macaco-aranha, a jaula da tartaruga-preta, a ‘Casa Noturna’, onde ficam os morcegos, o pântano, destinado a jacarés, o cativeiro do elefante e o viveiro das aves.

Na região das aves de rapina, uma enorme cratera, originada com as chuvas de abril, impede há quatro meses a passagem dos pedestres e representa um risco para as crianças. A depiladora Tatiana Gomes, que passeava com o marido e quatro filhos, se espantou ao ver o rombo no chão: “Isso aqui deveria estar arrumado!”.

Obras prometidas nos locais

A coordenação do RioZoo informou que, devido ao recorde de público no mês de julho, com a visitação de 140 mil pessoas (o usual é 70 mil por mês), alguns setores precisaram ser interditados provisoriamente. Para este mês, já estão previstas obras nas áreas apontadas como críticas, afirma.

A respeito dos banheiros e do comportamento dos garçons, acrescentou que os funcionários receberão novas orientações. Já o Zoonit esclareceu que há um projeto de revitalização da área, mas que aguarda recursos da prefeitura e do estado para iniciar as reformas.

Reportagem de Renata Monti

http://odia.terra.com.br/portal/rio/html/2010/8/maus_tratos_aos_zoologicos_101807.html

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