Doze macacos-pregos sofriam maus-tratos. Proprietário do sítio San Maria, que aprisionava os animais, será multado
Uma denúncia anônima acabou com o suplício de 12 macacos-prego na manhã de ontem, no sítio San Maria, na Lagoa do Jaçanaú, em Maracanaú, Região Metropolitana de Fortaleza. Os animais eram mantidos em cativeiro há mais de 17 anos e estavam sem os cuidados de um veterinário há três. O resgate foi feito pela Polícia Militar Ambiental (PMA) e por uma equipe do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Institutos Naturais Renováveis (Ibama).
"O mais grave de tudo, além dos maus-tratos pelos quais passaram estes animais, é a questão da saúde pública, pois os macacos são transmissores de raiva", ressaltou o tenente coronel Alencar, comandante da Companhia da Polícia Militar Ambiental (PMA) e quem conduziu a operação. De acordo com Carlos Alberto Pereira, 34, o caseiro do sítio, eram apenas seis macacos quando ele começou a trabalhar no lugar, há 17 anos. "Hoje, existem 12, mas já teve macaco que morreu de parto também", admite Carlos Alberto.
Segundo ele, o sítio costuma ser alugado para festas e confraternizações - "no fim do ano passado quase todo dia tinha festa aqui" - e nunca aconteceu nenhum incidente envolvendo os animais. No entanto, o pai dele, Paulo Saraiva Calixto, 70, já foi atacado por um dos animais. "Faz um tempo, mas eu tive que tomar 15 injeções para não ficar doente", disse Paulo.
A única incidência causou surpresa, pois, o macaco prego "é uma espécie muito agressiva" entre eles e as pessoas que costumam tratá-los, informam as equipe da PMA e do Ibama.
Multa
Pela infração, o proprietário do sítio será multado em R$ 1 mil por animal e, ainda, será julgado por crime de maus-tratos e manutenção de animais silvestres em cativeiro, o que pode resultar de três meses a um ano de detenção. Os animais eram mantidos em um tronco de árvore, onde se encontravam duas casas de pássaros para abrigo dos macacos, e ilhados por uma pequena lagoa construída pelos proprietários ao redor de aproximados cinco metros de diâmetro de terra.
De acordo com o coronel, a comida dos animais não era balanceada e na geladeira, onde deveria estar a alimentação deles, não tinha nada. "Olha o estado destes animais é muito grave. É evidente que eles passam fome e sofreram maus-tratos", enfatizou o militar.
Com a denúncia e a operação da PMA, os animais serão encaminhados para o Centro de Triagem do Ibama. "Agora, nós iremos realizar exames de fezes, sangue e pelo, além de uma biometria de todos eles para identificarmos doenças".
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