quarta-feira, 23 de março de 2011

Maringá/PR: Promotoria quer o fim das pesquisas com cães

Noticias - ANIMAIS - BRASIL
23-Mar-2011
Murilo Gatti

A Promotoria de Defesa do Meio Ambiente de Maringá quer o fim das experiências com implantes dentários em cães da raça beagle na Universidade Estadual de Maringá (UEM). Em ofício, encaminhado na última sexta-feira, o promotor Manoel Ilecyr Heckert pediu a suspensão das pesquisas em até de 30 dias.

"A Promotoria recebeu denúncias sobre maus-tratos a animais que seriam praticados na universidade em relação à área de implantodontia em cães da raça beagle . A nossa recomendação pede a suspensão da utilização dos animais, criados no biotério com essa finalidade", explica o promotor, que passou a analisar o caso depois de receber um abaixo-assinado com mais de seis mil assinaturas.

Arquivo
Foto: Arquivo - Cães da raça beagle são criados para experiências com implantes dentários; comissão nega maus-tratos
Cães da raça beagle são criados para experiências com implantes dentários; comissão nega maus-tratos


O procedimento administrativo da Promotoria para investigar o caso foi aberto em novembro passado e grande parte dos ofícios expedidos ainda não foi respondida. "Apuramos que usam os animais em experiências de implantes e depois é praticada a eutanásia", afirma o promotor.

No entanto, Heckert ainda não recebeu informações sobre a finalidade destes testes. "Não sabemos se é de ordem estética ou qual é a finalidade".

Segundo o promotor, a recomendação que pede a suspensão das pesquisas é uma forma de resolver o caso sem a necessidade de discutir judicialmente o assunto.

"Em conversa com o reitor e o departamento jurídico da UEM, eles se mostraram propensos a examinar a situação e fazer algo de forma a não causar danos aos animais", disse.

O promotor ressaltou que sabe da existência de uma Comissão de Ética na UEM que examina e autoriza todas as experiências, mas que ainda não teve a oportunidade de ter contato com a comissão para saber como a questão é fiscalizada e como são feitas as pesquisas com os cães.

"Para que os animais sejam usados em experiências científicas, é necessário que não tenham outra técnica para substituir. Ainda não sabemos se a universidade tem alguma coisa neste sentido", diz.

UEM

O presidente interino do Comitê de Ética e Pesquisa da UEM, Gentil Vanini, afirmou que desconhece o teor do pedido da Promotoria, mas adiantou que todos as pesquisas feitas com animais dentro da universidade seguem o que determina a lei.

"As pesquisas são avaliadas e só são autorizadas se os procedimentos forem eticamente compatíveis e se respeitam a legislação brasileira e internacional", garantiu.

Sobre quais experiências são feitas com os cães na UEM, Vanini, disse apenas que são "trabalhos normais que o mundo inteiro aceita" e que não há nada de especial nestes procedimentos.

http://maringa.odiario.com/maringa/noticia/403537/mp-quer-o-fim-do-uso-de-caes-em-experiencia/

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Professora levantou polêmica

Murilo Gatti

O abaixo-assinado com mais de 6 mil assinaturas que foi entregue à Promotoria de Defesa do Meio Ambiente foi articulado pela pesquisadora e professora doutora em Literaturas da Língua Inglesa da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Angela Lamas Rodrigues.

"Assim que tomei conhecimento da situação, fiquei indignada. Não concordo com experiências em animais. Não concordo nem com experiência em ratos, ainda mais em cães dóceis e interativos como o s beagles", diz.

Foi então que através da internet, Angela começou a fazer um abaixo-assinado eletrônico. "Organizei sozinha", diz. O manifesto ganhou o apoio de organizações não governamentais e de associações de proteção aos animais de todo o Brasil.

"Só não conseguimos mais assinaturas porque estávamos com pressa para entregar o documento ao Ministério Público e para dar andamento a esta questão. Soube que a única forma da reivindicação ter algum efeito seria protocolando na Promotoria do Meio Ambiente. Então, fui até Maringá ", afirma.

Segundo a professora, o período em que o abaixo-assinado ficou aberto a adesões foi de aproximadamente dois meses. Angela soube do pedido do Ministério Público para suspender as pesquisas com os cães através da reportagem de O Diário.

Para ela, o mais importante é que as pesquisas sejam interrompidas "É um absurdo, a sociedade civil não quer isto. Queremos que os cães criados na UEM sejam disponibilizados para a adoção".

http://maringa.odiario.com/maringa/noticia/403538/professora-levantou-polemica/

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