sábado, 29 de maio de 2010

Fortaleza/CE: Gatos se multiplicam em praças

29-Mai-2010

Na maioria das vezes, o abandono é um adiamento da morte dos bichos, órfãos e recém-nascidos

Janaína Brás
Especial para O POVO
Lei federal proíbe o abandono dos animais, mas a prática continua (Foto: Iana Soares/especial para O POVO)

O convívio forçado com gatos não é do agrado de toda gente, por outro lado, esses não são animais muito chegados ao contato humano. Quando vivem ao léu, costumam escolher um lugar e se aglomeram, perto de quem lhes dá comida e proteção. É o caso dos bichanos do Bosque Eudoro Correia, do Anfiteatro do Parque do Cocó e do Cemitério Vicente de Paula, no Mucuripe.

Em abrigos improvisados, à sombra de árvores, os animais se servem de vasilhames de água, caixas de papelão, porções de ração e restos de refeições & sobretudo arroz. Em geral são mansos. Alguns apresentam sinais de maus-tratos, outros têm aspecto saudável.

Os cálculos da coopista Jurema Telles e do gari da prefeitura Ronaldo Augusto dão conta de que os bichanos se multiplicaram no Bosque há cinco anos, quando passaram a ser cuidados pela floricultora Evanir. Somados a ela, há moradores das redondezas, coopistas, além de outros trabalhadores da praça que se apiedam dos abandonados e ajudam como dá.

De acordo com os relatos de protetores dos animais & como o coveiro Henrique e a aposentada Jurema, bichanos filhotes são constantemente abandonados em praças, cemitérios e campi universitários. Sem as mães, as chances de sobrevivência são mínimas.

A lei proíbe essa prática, como avisa a placa da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace-CE) afixada ao tronco da árvore onde os bichos costumam ficar nas proximidades do anfiteatro do parque do Cocó. ``Proibido o abandono de gatos, isso é crime.`` Os dizerem fazem referência à lei federal 9.605, de 1998, que prevê a detenção de até um ano daqueles que forem flagrado em delito.

"Os donos das fêmeas não querem criar os filhotes, por isso abandonam os bichinhos aqui``, conta Jurema. A coopista se exercitava quando viu a figura insignificante e trêmula no meio da praça, sozinho. Chegou perto, apanhou pela nuca e levou até o recanto dos bichanos, no meio do bosque Eudoro Correia.

Conforme a presidente da União Internacional Protetora de Animais (Uipa) Geusa Leitão, a única solução definitiva para esse problema é a esterilização. A advogada define a média de 220 castrações mensais realizadas pela ONG como uma gota d-água no oceano. O coveiro do Cemitério do Mucuripe, como é conhecido o São Vicente de Paula, relata que já chegou a sair de casa para defender os gatos de maus-tratos. ``Quer me ver doido, judie de um bicho perto de mim``, admite.

http://www.noolhar.com/opovo/fortaleza/989207.html


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