segunda-feira, 20 de setembro de 2010

EUA: Relatório critica FBI por investigar ativistas

Noticias - ANIMAIS - MUNDO
20-Set-2010
Reuters/Brasil Online
Por David Morgan

WASHINGTON (Reuters) - O FBI investigou indevidamente ativistas norte-americanos depois dos atentados de 11 de setembro de 2001, tratando protestos pacíficos como atos de terrorismo e, em um dos casos, chegando a induzir o diretor da agência, Robert Mueller, a dar informações erradas ao Congresso, conforme um relatório do Departamento de Justiça divulgado na segunda-feira.

Mas o texto, de autoria do inspetor-geral do Departamento de Justiça, rejeita antigas acusações de ONGs e de parlamentares democratas de que o FBI teria violado a Constituição ou mentido ao Congresso.

O relatório diz, no entanto, que o FBI apresentou declarações "imprecisas e enganadoras", sugerindo que a vigilância sobre uma manifestação pacifista em 2002 em Pittsburgh tinha relação com investigações sobre terrorismo.

Mueller recebeu a mesma falsa informação e a transmitiu em maio de 2006 em uma audiência na Comissão de Justiça do Senado, segundo o relatório.

O texto diz também que investigadores do FBI usaram provas escassas para incluir membros da entidade ambientalistaGreenpeace em uma lista federal de observação de suspeitos de terrorismo, em um caso que envolvia protestos contra duas corporações no Texas.

O relatório diz ainda que o FBI cometeu irregularidades contra membros de duas entidades, a Peta (defesa de animais) e a Catholic Worker (ativismo social).

Timothy Murphy, subdiretor do FBI, disse que as investigações estavam "em geral baseadas em preocupações sobre potenciais atos criminosos" dos indivíduos.

Em nota que acompanha o relatório, Murphy também lamenta a informação imprecisa transmitida a Mueller e ao Congresso, mas não explica o que ocorreu.

O Departamento de Justiça argumentou que o FBI não investigou as entidades e seus membros "com base em suas atividades da Primeira Emenda" à Constituição, que trata da liberdade de expressão. "Entretanto, o escritório do inspetor-geral concluiu que a base factual para abrir algumas das investigações sobre indivíduos afiliados aos grupos era fraca."

O Departamento de Justiça pediu ao FBI que reveja suas políticas e ações, especialmente em casos de terrorismo doméstico na sua Divisão de Campo de Pittsburgh.

O inspetor-geral disse que o caso mais perturbador envolveu a decisão de enviar um agente do FBI para procurar um suspeito em uma manifestação antiguerra realizada em novembro de 2002 em Pittsburgh pelo Centro Thomas Merton, grupo voltado para a paz e para a justiça social.

O relatório diz que se tratou de "uma missão mal-concebida, só para arrumar trabalho" para um jovem agente num dia com pouco trabalho.

http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2010/09/20/relatorio-critica-fbi-por-investigar-ativistas-919851030.asp

Nenhum comentário:

Postar um comentário