sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Bauru/SP: Polícia reforça combate aos crimes ambientais

26-Nov-2010

Tisa Moraes

As investigações sobre crimes contra a vida humana tomam grande parte do tempo de trabalho da Polícia Civil. Agora, em Bauru, as equipes também estão recebendo reforço nas orientações para melhor se prepararem para o combate aos crimes contra a fauna e a flora brasileiras. O entendimento, que ganha cada vez mais força em tempos de aquecimento global, é de que este tipo de delito - que vai desde a degradação de biomas preservados a maus-tratos a animais domésticos - também precisa ser investigado a fundo para que os culpados sejam devidamente punidos.

Para dar conta desta nova vertente, o Departamento de Polícia Judiciária do Interior 4 (Deinter-4) realizou ontem, em parceria com a Delegacia Seccional de Bauru e a Academia de Polícia Civil de São Paulo, o 15º Seminário do Núcleo de Estudos sobre o Meio Ambiente (Nema) da Polícia Civil. No encontro, estiveram presentes policiais civis - envolvidos direta ou indiretamente com o tema - de 89 municípios da região e representantes de Organizações Não-Governamentais (ONGs) de Bauru.

De acordo com o delegado Eron Veríssimo Gimenes, coordenador do Nema no Estado de São Paulo, o objetivo é capacitar tecnicamente os policiais civis para que eles possam aumentar a eficácia de seu trabalho na área ambiental, já que o combate a este tipo de crime agora conta com o auxílio de uma delegacia especializada. A unidade funciona junto ao Núcleo Especial Criminal (Necrim), que foi inaugurado em outubro deste ano no prédio do 1º. Distrito Policial (DP), na Vila Falcão.

Na avaliação do delegado seccional Benedito Antonio Valencise, o trabalho direcionado de um grupo de policiais para elucidar crimes ambientais, além de aumentar as chances de punição contra os culpados, também desafoga o serviço realizado pelas demais equipes.

“Também estimulamos os policiais que não trabalham diretamente na área ambiental a participar das atividades do Nema, porque eles continuarão a se deparar com crimes desta natureza nas ruas e deverão saber como agir. Eles sempre prestarão apoio quando for preciso”, analisa.

Especificamente no simpósio de ontem, o efetivo pôde conhecer todos os procedimentos necessários para coleta de provas em várias situações, além de aprimorar o conhecimento jurídico para fundamentar a elaboração do inquérito e a investigação seja bem feita. Um dos palestrantes, o delegado de polícia de Santa Barbara d’Oeste, Rômulo Gobbi, lembra que os principais crimes contra o meio ambiente são a caça e a pesca ilegais, maus-tratos a animais, desmatamento e poluição (da água, do ar, sonora, radioativa e visual).

“Assim como os crimes contra os humanos, os crimes contra a fauna e a flora, se não forem investigados, jamais serão solucionados. Há uma mudança de mentalidade que já está ganhando força. Um animal morto por envenenamento, por exemplo, não pode mais deixar de ser alvo de investigação. O arquivamento desse tipo de caso precisa acabar”, pondera, lembrando que Bauru poderá se tornar referência no trabalho de combate a crimes ambientais por possuir três delegados que compõem o Nema no Estado, o mesmo número de membros existentes da Capital.

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