terça-feira, 22 de junho de 2010

Reino Unido enfrentará crise alimentar se não ajudar as abelhas

Noticias - MEIO AMBIENTE - MUNDO
22-Jun-2010

O Governo britânico lançou hoje um projecto, orçado em 10 milhões de libras (11,9 milhões de euros), para descobrir como travar o desaparecimento de abelhas e outros insectos polinizadores no país. Dentro de uma geração, poderá ter em mãos uma crise alimentar, alertam os cientistas.

As abelhas estão a desaparecer do Reino Unido a um ritmo mais elevado do que em qualquer outro país europeu. Segundo o jornal “Daily Telegraph”, mais de metade das colmeias morreu nos últimos 20 anos.

Estes animais, bem como outros insectos, polinizam e fertilizam as plantas das quais tiramos alimentos, como maçãs e abóboras, e são o garante da qualidade de frutos e legumes. Por exemplo, o “The Guardian” sublinha que o número de sementes de uma abóbora depende do número de espécies de insectos que polinizaram a planta.

Assim, mais do que conservar a biodiversidade, o programa “Insect Pollinator Initiative” – que inclui nove projectos de investigação, a decorrer ao longo de cinco anos - pretende responder a um problema de segurança alimentar, comentou Matt Shardlow, director-executivo da organização Buglife. Este será o maior estudo realizado naquele país sobre as razões do desaparecimento dos insectos.

Tanto mais que se estima que o serviço prestado por estes insectos polinizadores represente um valor de 440 milhões de libras (526 milhões de euros) para a economia britânica. Dito de outra forma, se todos os insectos polinizadores desaparecessem do Reino Unido, as quebras de produtividade agrícola custariam à economia britânica 440 milhões de libras por ano.

Segundo o “Daily Telegraph”, a Universidade de Dundee vai investigar se alguns pesticidas danificam o sistema nervoso das abelhas, impedindo-as de encontrar as melhores fontes de alimento ou afectando a sua capacidade para se alimentarem e regressarem à colmeia.

Já a Universidade de Bristol vai analisar se as abelhas “gostam” mais de ambientes urbanos ou de “monoculturas” de plantações em espaços rurais. A investigadora Jane Memmott vai identificar os locais mais ricos em espécies de insectos polinizadores em Bristol, Reading, Leeds e Edimburgo.

Lorde Henley, ministro do Ambiente, explicou que estes projectos visam perceber as razões do desaparecimento das abelhas e apresentar formas para aumentar as suas populações. “As abelhas, e as borboletas têm um papel essencial para que tenhamos comida na nossa mesa, através da polinização de muitas plantações vitais. Esta iniciativa vai ajudar-nos a identificar por que razão estão os números das abelhas a diminuir e o que nos pode ajudar a tomar as medidas certas”, comentou, citado pelo “Daily Telegraph”.

http://ecosfera.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1443124

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