A Comissão Baleeira Internacional (CBI) adiou para o próximo ano a decisão sobre um eventual levantamento da moratória à caça comercial de baleias, face à falta de consenso sobre a proposta que estava em cima da mesa. A decisão foi anunciada ontem pelo presidente da CBI em funções, Anthony Liverpool.
Reunida em Agadir, para tentar encontrar um compromisso entre os países pró e anti-caça, a comissão já tinha feito uma constatação do seu fracasso. "A proposta em cima da mesa está morta", considerou ontem o comissário alemão Gert Lindemann, quando foi retomada a sessão plenária.
Depois da abertura dos trabalhos, segunda-feira, as delegações de 74 países presentes (de um total de 88 membros da CBI) fizeram dois dias de discussões à porta fechada para tentar uma aproximação de pontos de vista. Em vão.
Do lado dos anticaça, os EUA constataram a "incapacidade de conseguir um novo paradigma" e o Brasil uma "falta de maturidade política". A Nova Zelândia, com o o Brasil, sugeriu "um período de reflexão para um regresso mais fresco no próximo ano". Entre os caçadores, o Japão disse não haver "qualquer perspectiva de acordo".
Japão, Noruega e Islândia são os países que caçam a baleia. Em 2009, capturaram mais de 1500 baleias. A moratória à caça comercial daqueles cetáceos está em vigor desde 1986.
O projecto de acordo da CBI permitiria à comissão passar a controlar todas as formas de caça à baleia, quando agora só controla a caça tradicional.
A reunião da CBI decorre até sexta-feira, com outro tema na agenda: o seu próprio futuro.
http://dn.sapo.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1601498&seccao=Biosfera
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