O animal foi apreendido às 4h da madrugada de hoje (28) em uma das armadilhas montadas há alguns dias, desde que começaram a surgir vestígios.
Crédito: Rachid Waqued
A equipe do Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras), em Campo Grande, recapturou a onça pintada de cerca de dez meses de idade que havia fugido no dia 29 de outubro. O animal foi apreendido às 4h da madrugada de hoje (28) em uma das armadilhas montadas há alguns dias, desde que começaram a surgir vestígios de que o felino estava nos arredores do próprio centro. Segundo o secretário de Meio Ambiente, Carlos Alberto Menezes, e técnicos do Cras, a onça aparenta estar com boa saúde, mas essa condição só será confirmada após a avaliação, que inclui um período de observação e posterior exame clínico.
“Acreditamos que ela nunca chegou a se afastar do parque, e que ficou nos arredores mesmo, onde se alimentou de pequenos animais, e não representou perigo para o ser humano. Todas as informações que surgiram logo após a escapada, sobre indícios da presença do animal em diversos locais, se mostraram equivocadas. E a captura aqui, a uns 300 metros da entrada do Cras, mostra isso”, explica Menezes.
Além das pegadas que começaram a aparecer em pontos da mata onde o solo não estava totalmente coberto de vegetação, no dia 25 a presença do animal foi confirmada por uma criança, neta de um tratador que mora dentro da reserva, em frente à entrada principal do Cras. À noite, ao fechar o portão da casa do avô, onde passava uns dias das férias, Karolayne Floriano, de 11 anos, avistou a onça. No escuro, ela chegou a se confundir. “Primeiro eu pensei que era um gato preto grande que tem por ali. Ela me olhou bem, eu olhei pra ela, e levei um susto. Saí gritando, chamando a minha avó”, conta a estudante.
O animal não foi mais visto por outras pessoas, mas com a certeza de sua presença, a equipe do centro de reabilitação começou a montar armadilhas, utilizando as caixas de madeira de transporte de animais. Carne bovina foi utilizada como isca.
Novo abrigo
A onça pintada está abrigada no novo recinto especial para felinos de grande porte, considerado mais adequado e mais seguro, que já estava em construção quando ocorreu a fuga. O espaço, com 100 metros quadrados, é maior que o legalmente recomendado pelo Ibama para animais desse tipo (70 metros quadrados).
A construção tem mais um recinto idêntico, com capacidade para mais um felino.
O animal demonstra estresse pela captura, mas não aparenta ferimentos, ou perda de peso. O coordenador do Cras, Élson Borges, disse que as condições vão ser avaliadas após exames, como o de sangue. “Ela ainda está estressada, então precisamos esperar um tempo para poder sedar e fazer os exames”, explica. Conforme o veterinário Álvaro Cavalcante, primeiro vai ser feita a avaliação por observação, que pode durar um período de aproximadamente 15 dias, para, então, ocorrer exame clínico.
O felino chegou ao Cras com cerca de dois meses de idade, depois de ter sido encontrada em uma propriedade rural na região Norte, entre Figueirão e Costa Rica. Com essa idade, o felino não conviveu o suficiente com a mãe para aprender a caçar e sobreviver na natureza. Uma das avaliações que serão feitas pelo Centro é se o felino desenvolveu a capacidade da caça por ter ficado solto na mata. A equipe vai avaliar a carcaça de um traseiro de animal encontrado próximo ao ponto onde foi feita a captura, para descobrir se é de um animal que a onça caçou para comer – pode ser de um pequeno javali – ou se foi carcaça desenterrada, já que a área é usada eventualmente para essa finalidade pelo próprio Cras.
O destino da onça pintada após passar por todo o período de reabilitação ainda não está decidido. Uma possibilidade, segundo o secretário de Meio Ambiente, é que ela vá para o zoológico de Foz do Iguaçu (PR), que já havia demonstrado interesse em receber o animal.
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