ntegrantes da Sociedade Uberabense de Proteção aos Animais (Supra) descobriram mais um caso de maus tratos na cidade. Trata-se de um homem que mantinha seus cães presos em correntes pequenas, onde os animais mal conseguiam se locomover.
Os cães foram encontrados em um local sujo, feridos devido às marcas deixadas pelas correntes, numa situação totalmente preocupante, do ponto de vista dos voluntários da Supra.
Segundo a voluntária da Supra, Lívia Penna Rocha, que foi até o local onde os cães foram encontrados, as condições em que os animais viviam eram assustadoras . "Fui até os animais e conferi de perto a veracidade da denúncia. Tentei conversar com a moradora Delaine, que também é responsável pelos cães, para tentar entrar em um acordo sobre o melhor a se fazer diante da situação, mas não obtive nenhum sucesso. Ela me disse que não tinha condições de fazer nada e que não iria soltar seus animais".
No último dia 26 de dezembro, a Polícia Militar foi acionada pela voluntária Lívia Penna Rocha, e pela diretora da Supra, Kelly Cristina Gonçalves Ramos, que voltaram ao local para tomar as devidas providências, juntamente com os policiais militares Edestrom Ibrahim Anderson de Sousa e Rodrigo Almeida Lemos.
Manter cães acorrentados é crime - "Nesse dia, o proprietário dos cães, B.M.P., estava presente, e nos disse que já tinha procurado o CCZ para tentar se livrar de alguns cães e que podíamos levar todos eles se quiséssemos, porque eles não valiam sequer uma galinha, e que ficavam presos porque comiam galinhas e latiam com as pessoas na rua. O dono ainda nos disse que não entregaria todos os cães, porque precisava de alguns para vigiar a sua casa", revela a diretora da Supra.
Kelly Ramos ressalta que o descaso com os animais era evidente e que os responsáveis não se importavam a mínima com a saúde dos cães. "Assim fica muito fácil, o dono pega os cachorros e quer se desfazer deles como se fossem meros objetos, como se não fossem vidas também, e depois somos nós que ficamos sozinhos com o problema nas mãos para dar uma solução. Se em todas as denúncias que a gente averiguar, recolhermos os animais, a situação fica muito difícil para a nossa ONG. A nossa intenção é fazer com que a lei seja cumprida, se ele é o proprietário dos cães, ele é quem tem que cuidar direito dos seus animais, dar condições dignas para eles, afinal o que presenciamos é um absurdo, e isso tem que acabar o quanto antes".
Para Kelly Ramos, as pessoas precisam entender que a partir do momento que se adquire um animal, ela se torna responsável pelo seu bem estar, incluindo comida, água, lugar limpo para eles ficarem, com espaço para se locomoverem, com abrigo para não ficarem expostos ao sol, chuva, cuidados veterinários. "Elas não podem simplesmente adquirir animais e permitir que eles fiquem acorrentados como esses cães que descobrimos recentemente, com os pescoços todos feridos. Os animais têm seus direitos também, a Lei 9.605/98, decreto 24645/34 é muito clara, onde podemos fazer as seguintes constatações, o animal mantido sobre guarda sem os devidos cuidados, o animal acorrentado, preso, em espaço pequeno, local sujo, exposto ao sol, sem abrigo da chuva e das altas e baixas temperaturas, tudo isso gera o crime de maus tratos", esclarece a diretora da Supra.
O proprietário dos cães foi conduzido pela PM, que realizou todos os procedimentos necessários, e liberado em seguida, mas responderá pelo crime que cometeu. "Enquanto o juiz não determina o destino dos animais e o desfecho da situação nós vamos dar um apoio para que eles tenham uma condição melhor de vida. Compramos colerinhas novas de couro para tirar as correntes do pescoço dos animais, porque as correntes ferem e estão curtas e apertadas. O ideal seria que eles ficassem soltos, livres para correr, brincar, mas vamos providenciar a castração das cadelas para pôr um fim na procriação de cachorros. Já levamos casinhas para eles, pois a maioria não tem abrigo de sol e chuva, cobertores, e nem medicamentos como pomada cicatrizante".
A presidente da Supra, Denise Stefani Max, vai acompanhar o caso enquanto o juiz não determina o desfecho da situação. "Vamos acompanhar o caso e ficar de olho para ver se as providências emergentes estão sendo tomadas. Nossa intenção é priorizar para que os animais tenham dignidade e respeito, tentamos resolver a situação da melhor forma possível, fomos até o local, orientamos, explicamos o que estava ocorrendo de errado, que os cães precisam de espaço para se movimentar, como não obtivemos resultados tivemos que recorrer à polícia e tomar as providências necessárias e agora ele vai responder pelo crime que cometeu".
Denise Max salienta que as pessoas precisam tratar sobre a vida dos animais com mais respeito. "Não é só colocar o cão no quintal e prendê-lo numa corrente, sem se importar se não está machucando, se ele está tendo espaço suficiente para movimentar, se tem abrigo para sol e chuva. A partir do momento que você adquire um animal você é responsável por ele e tem que proporcionar todos os cuidados que ele precisa", conclui.
Fonte: Renata Vendramini
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