Mais uma cena de maus tratos a animais em Joinville: um cachorro foi abandonado em uma área no encontro dos rios Jaguarão e Cachoeira e ficou ilhado por mais de 12 horas. Agitado, com fome e sede, o cão andava de um lado para o outro, latia, aproximava-se da beira do rio, mas, com medo da água, desistia de atravessar o rio.
Segundo Roberto Nickler, que mora na margem oposta do Cachoeira, na rua Aubé, o cachorro foi abandonado por um homem, que estava numa bateira, no fim da tarde de quinta-feira. “Perguntei porque ele estava deixando o cachorro ali, mas ele respondeu que o cachorro estava acostumado e foi embora”, conta. O morador estranhou a afirmação, já que nunca tinha visto cachorros ali antes, pois o local é isolado, frequentado apenas por capivaras e aves nativas. “De um lado, tem um muro, e do outro tem água”, explica Nickler.
Percebendo que o dono não voltaria para pegar o animal, na manhã de ontem o morador decidiu pedir ajuda de funcionários da embarcação Bela Catarina para salvá-lo. Assim que ouviu o barulho do motor da lancha chegando, o cachorro começou a abanar o rabo e correu para a margem do rio. E foi só o funcionário do Bela Catarina. Inácio Romero, se aproximar para o cachorro pular na lancha. “Parece que ele está acostumado com barco”, comentou.
Em terra firme, o cachorro, que é na verdade uma cadelinha, recebeu água, alimento, foi batizada de Princesa e ganhou um lar provisório, até que seja adotada. “Já que ela foi resgatada, vamos chamá-la assim”, justificou a mulher de Roberto, Odiná Nickler.
O casal bem que gostaria de ficar com Princesa, mas explica que já possuem oito cachorros, muitos deles com histórias parecidas com a da cadela. “É o caso de Meg, que foi encontrada dentro de um saco de lixo, quase sem vida”, conta Roberto. Por estar velha, e cega, a cachorrinha foi abandonada pelos antigos donos. Depois de ser recolhida pelo Abrigo Animal, Meg foi acolhida, provisóriamente, na casa da família Nickler.
“A questão é que o provisório tem virado permanente”, diz Roberto, mostrando outros três cachorros que já estão à espera de adoção há um ano. Um deles tem apenas três patas, pois foi atropelado por um ônibus, e outro tem epilepsia. “Como minha filha é do Abrigo Animal, concordamos em ficar com eles. Já chegamos a ter onze cachorros aqui”, conta Roberto. Por isso, Roberto Nickler disponibiliza o telefone para contato para os interessados em adotar Princesa, que é jovem, está saudável e requer menos atenção e cuidados que os outros cães.
** Quem quiser adotar a cadelinha resgatada pode ligar para (47) 3422-4230.
* A reportagem é da repórter Mariana Pereira
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