O encontro é fruto de nova ação das entidades Terra Verde Viva e Célula Mãe, as mesmas que criaram grande polêmica com ação semelhante na Lavagem do Bonfim deste ano. A novidade é que o pedido ao MP foi feito pelas entidades com assinatura conjunta da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Bahia (OAB-BA).
Na sexta-feira passada, os ambientalistas voltaram a interferir na utilização de animais na folia. A cena era igual à de muitos outros anos: uma semana antes do Carnaval, a turma de boêmios que desfila no bloco Habeas Copos, após uma concentração regada a muito chope, ganhou as ruas da Barra. Só não contava que, por conta da ação de defensores dos animais, o registro do desfile fosse parar em boletim de ocorrência na delegacia do bairro (14ª CP).
E, ao contrário do que muitos poderiam supor, a mancha na reputação do Habeas não foi causada por alguma briga feia, tampouco por reclamação de morador pelos altos decibéis da banda de sopro e percussão que faz a trilha sonora do desfile. “Nosso coordenador de educação, Francisco Athayde, flagrou a ocorrência de maus-tratos a um cavalo, que puxava a carroça que conduzia bebidas e muitas pessoas”, justificou a advogada Ana Rita Tavares, da Terra Verde Viva.
“O animal, que estava sem ferraduras (o que já é maltrato), permanecia no meio do som alto da banda que tocava para animar a festa, recebia tapas na cabeça e bebida alcoólica nos olhos, demonstrando sofrimento e mal-estar”, lamentou a ativista.
Ao verificar a situação, Athayde solicitou a presença da Polícia Militar para fazer a condução do animal e do guardião à 14ª CP, onde foi lavrado o boletim de ocorrência e termo circunstanciado.
A delegada plantonista, Nívea Argolo, expediu guia para exame pericial e laboratorial do cavalo, o que ocorreu ontem, no Departamento de Polícia Técnica. Após o resultado, a delegada encaminhará o termo circunstanciado à Justiça estadual.
Dono - Segundo a advogada, não houve notificação do bloco nem responsabilizaçã o criminal do dono, um morador do bairro da Cidade Nova, que cria animais justamente para aluguéis em eventos e desfiles no calendário de festas populares de Salvador.
“É uma questão complexa. Os donos são pessoas geralmente com baixa instrução e que vivem disso, é o negócio deles. Ontem mesmo, ele levou o animal sem ferraduras com o focinho em carne viva de volta à Cidade Nova, bairro muitos quilômetros da Barra, e para ele aquilo é normal”, disse Ana Rita.
Ela disse que o Ministério Público estuda um mecanismo que garanta recursos para remunerar os donos para que não aluguem animais nas festas, sem perder a renda de que precisam. Segundo ela, é o que pretendem fazer já para a Mudança do Garcia.
O cavalo maltratado na Barra foi alugado por R$ 200.
http://www.imbui.com.br/noticias/prg_not_exi.cfm?id=7535&dest=2
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