Rottweiller que atormentava moradores de rua da Capital foi ao Presídio Central e será treinado
A mão pesada da lei caiu ontem sobre um cão da raça rottweiler que ameaçava a segurança de moradores do bairro Passo da Areia, em Porto Alegre. O "perigoso elemento" foi capturado ontem à tarde por uma equipe do Batalhão de Operações Especiais da Brigada Militar e conduzido ao Presídio Central. A intenção é regenerá-lo e colocá-lo a prestar serviço para a sociedade.
Segundo o tenente Álvaro Nicolau Pereira, do 11ª Batalhão da Brigada Militar, o rottweiler será treinado para trabalhar junto com o efetivo da BM.
– Ele vai ser medicado e castrado, para que possamos readaptá-lo para voltar às ruas e trabalhar com os policiais no Presídio Central – afirmou o agente.
O cachorro levou o medo ontem ao moradores da Rua Dom Pedrito, onde apareceu durante a madrugada e passou a ameaçar quem passasse pelo local. Desconfiado de que o dono fosse um dos vizinhos, o jardineiro Marcelo Petersen alertou os moradores da região. Como ninguém o reclamou, concluiu-se que o animal havia sido abandonado. Dono de dois rottweilers, Claudio Rodrigues laçou o bicho com uma corda, para evitar que alguém se ferisse.
– É um cachorro mal cuidado, magro. Tivemos de deixá-lo preso do lado de fora do portão. No começo ele tentava morder quem se aproximasse. Demos água e comida, e ele ficou mais manso – contou Rodrigues.
Depois de apaziguarem o "fora-da-lei", os moradores buscaram socorro das autoridades.
Promotora de Justiça diz que falta um abrigo para animais
A preocupação dos moradores era que alguma pessoa desavisada se aproximasse do cão e se machucasse. Acionaram a prefeitura, os Bombeiros e a Brigada Militar. O socorro veio pelos PMs, por volta das 16h. O secretário adjunto da Vigilância em Saúde de Porto Alegre, José Carlos Sangiovani, esclareceu que, desde junho de 2009, o órgão não recolhe mais das ruas animais agressores, devido à lei estadual que proíbe qualquer canil de exterminar animais que não têm perfil para adoção.
– A lei estadual determina a ressocialização desses cães. Não temos como fazer a captura – afirmou Sangiovani.
De acordo com a promotora de Justiça de Meio Ambiente Anelise Steigler, um inquérito civil foi instaurado para apurar a falta de políticas públicas para o bem estar dos animais domésticos:
– Temos a necessidade de ter um abrigo, mesmo que temporário, para acolher esses bichos. Temos de averiguar políticas para recolhimento, castração e tratamento desses animais.
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