A Prefeitura de Campinas confirmou nesta segunda-feira (21) que as 20 capivaras confinadas no Lago do Café, na região do Parque Taquaral, serão abatidas, mas a data de quando isso vai acontecer não foi definida.
Nota T.A.: Dois anos que o parque está fechado, a sujeira e o mato só aumentaram. Será que dá para confiar na competência e decisão da prefeitura de Campinas? Com certeza para eles é mais fácil culpar e matar as capivaras.
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Ainda sem data, Prefeitura de Campinas/SP confirma abate das capivaras
Será criado um 'comitê assessor' para avaliar futuras remoções de capivaras em outros parques públicos
(Foto: Dominique Torquato / AAN)
(Foto: Cedoc/RAC)
Foi autorizado o abate das capivaras confinadas no Lago do Café, em Campinas. O anúncio foi feito na manhã desta segunda-feira (21/02) pelo secretário de saúde de Campinas Francisco Kerr Saraiva, 'O confinamento das capivaras não trouxe soluções para o problema de saúde pública (febre maculosa)'. Ele ressaltou que não cumprir a resolução 009/2011 do Ibama seria ir contra todos os órgãos de vigilância e saúde do município. Estavam presentes na reunião Francisco de Lagos, coordenador de comunicação da prefeitura, o secretário municipal de meio ambiente, Paulo Sérgio Garcia de Oliveira e a coordenadora de vigilância epidemiológica Brigina Kemp. Conforme declaração do secretário municipal do meio ambiente, 'o abate será feito dentro das próximas semanas no próprio local'.
Além do abate, outras medidas serão tomadas para neutralizar o problema no parque. A remoção de 10 cm do solo e a substituição dessa terra, limpeza dos bambuzais e da vegetação ao redor das capivaras, manutenção das placas de sinalização da febre maculosa e aplicação de carrapaticida. No final da coletiva, que aconteceu na prefeitura de Campinas, Francisco de Lagos informou que será criado um 'comitê assessor' para avaliar futuras remoções de capivaras em outros parques públicos. Só depois de todas as ações pós-abate, que enfim será avaliada a reabertura do Lago do Café.
ENTENDA O CASO
O Lago do Café, bairro Taquaral, está fechado há três anos devido à incidência alarmante de carrapatos estrela, que transmitem febre maculosa, e utilizam as capivaras como hospedeiras. Quatro pessoas foram infectadas pela doença, totalizando três mortes. No dia 10 de fevereiro, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama) autorizou o abate dos animais depois que a Secretaria de Saúde da cidade enviou documentos que informavam o risco de contaminação da população pela febre maculosa. O abate estaria marcado para segunda (21/02), mas a prefeitura não chegou a confirmar data. Logo após o anúncio, entidades de defesa dos animais, como o Conselho Municipal de Proteção e Defesa dos Animais de Campinas contestaram a decisão, alegando que a execução das capivaras não resolveria o problema. A solução oferecida pelos membros de associações protetoras de animais seria manter as capivaras confinadas do Lago do Café, fazer a limpeza e isolamento da área e a aplicação de carrapaticidas.“O Ibama não autoriza mandar as capivaras para outro lugar para não migrar a doença”, afirmou Flávio Lamas, presidente do Conselho. O vereador Vicente de Carvalho (PV), presidente da Unidade Protetora dos Animais (UPA) também se manifestou. 'Se matar as capivaras, o carrapato poderá se hospedar em pessoas, em outros animais, o que é pior ainda”.
No dia 11, o secretário de saúde Francisco Kerr Saraiva confirmou a execução das capivaras, mas não declarou data oficial para o acontecimento, alegando que a prefeitura não pode contrariar a recomendação do Ibama. A maneira que os animais serão mortos seria discutida por técnicos da prefeitura, sendo que ela deveria ser analisada por um médico veterinário e cumprir parâmetros do próprio Ibama.
Com a repercussão do caso, no dia 12 de fevereiro o prefeito Hélio de Oliveira Santos declarou em seu twitter a suspensão do abate, na busca de técnicas mais eficazes de resolver o problema sem provocar danos ao meio ambiente e riscos à saúde da população. Aconselhou também consultar profissionais com experiência em carrapaticidas, técnicos e pesquisadores com experiência em casos similares para auxiliar na busca de outra solução para a situação. Saraiva também se manifestou, dizendo que se reuniria com membros do Ibama e da Superintendência de Controles de Endemias (Sucen) para discutir outras alternativas, mas que até o atual momento, ainda valia a decisão previamente tomada. Um ato de protestos de ativistas estava marcado para o dia 13, em frente ao Lago do Café, com o intuito de promover a conscientização e preservação da vida dos animais. Dados indicam que de julho de 2009 a janeiro de 2011, mais de 60 mil carrapatos foram mortos no Lago, uma média de 111 parasitas por dia.
Foi anunciada também pela prefeitura, no dia 18/02 a reabertura do Lago do Café, porém ambientalistas questionam a decisão, pois há medidas que devem ser tomadas após a retirada dos carrapatos, que involvem um período de três a quatro anos parar preparar o local à exposição ao público.
Ambientalistas
O Conselho Municipal de Proteção e Defesa dos Animais de Campinas entrou com uma ação na 7ª Vara de Justiça de Campinas contra o abate das capivaras. 'Somos contra a morte, mas à favor da remoção delas para outro local', disse o presidente da entidade, Flávio Lamas. O Conselho aguarda agora a decisão judicial.
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(Noticias/ANIMAIS - BRASIL)
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