quinta-feira, 3 de março de 2011

Intervet refaz planos para maior venda de coleira de prevenção leishmaniose

Noticias - ANIMAIS - BRASIL
03-Mar-2011

A Intervet, braço do grupo MSD se estrutura para atender encomenda do governo de coleira especial na prevenção da leishmaniose

Françoise Torzlan

A lntervet Schering-Plough Animal Health, companhia do grupo MSD (Merck Sharp Dome) voltada à pesquisa, desenvolvimento e fabricação de produtos para a saúde animal, fez um ajuste em sua linha de produção localizada em Boxrneer, na Holanda, de olho em um grande pedido de coleiras para cães por parte do governo brasileiro. As coleiras contêm deltametrina, principio ativo usado na prevenção da leishmaniose.

Por conta de um estudo que o Ministério da Saúde deve iniciar neste semestre em 20 municipios do país, durante 30 meses, a empresa resolveu atrasar a entrega dos pedidos feitos pela

Rússia, que precisa da coleira para combater carrapatos, para aprontar o estoque brasileiro. O Brasil chegou a surpreender os funcionários da fabrica da lntervet em Boxmeer, uma vez que, no ano passado. a subsidiária solicitou 400 mil coleiras que foram vendidas para pet shops, veterinários e donos de cachorros. Neste ano, com a entrada do governo no rol de clientes, o pedido deve ultrapassar a casa de um mllhão de unidades - contando governo e empresas privadas. Essa oportunidade levou Gláucia Gigli, diretora da unidade de animais para companhia da lntervet Schering-Plough, a rever suas projeções para cima. Sua unidade fechou 2010 com crescimento de 7,2% em relaçãoao ano anterior. Com a multiplicação das vendas de produtos como a coleira Scalibor, a meta é avançar 43% neste ano.

Gláucia diz que a meta é ousada, mas possível devido aos grandes projetos e ações que a contecerão neste ano. “Um dos nossos grandes projetos é com a coleira Scalibor, única no mercado com deltametrina a 4%, princípio ativo recomendado pela Organização Mundial da Saúde como ferramenta de prevenção da leishmaniose. ”A coleira representou 15% das vendas da unidade de animais de companhia no ano passado, devendo ampliar sua representatividade na receita para 34% neste ano."

O Brasil tem uma popuação estimada de 30 milhões de cães, da qual apenas 25% é assistida por veterinários e medicamentos. A falta de controle sobre os animais com leshmaniose vlsceral, transmitida pelo mosquito palha, fez a doença se alastrar numerlcamente e geograficamente nos últimos tempos.

Há 15 anos, o pais registrava anualmente por volta de 1.5 mil casos de leshmaniose visceral. Hoje. o número saltou para cerca de 3.5 mil casos por ano.

Como a eutanásia dos caes infectados e a aplicação de inseticidas em residências e áreas públicas não foram suficientes para exterminar o problerna, o Ministério da Saúde está prestes a iniciar um estudo em que a coleira sera adotada em municipios endêmicos.

A ideia é combater o mosquito transmlssor da doença. Vale lembrar que a vida útil da coleira é de seis meses, o que significaque o ministerio terá que adquirir cinco coleiras por cão estudado. No varejo, a coleira tem preço sugerido de R$ 55, mas alntervet diz que mudou a emba-Iagem do produto e reduziu suamargem para chegar a um preçomenor para o governo.
Guilherme Werneck, coordenador do projeto, conduzido pelo Ministério da Saúde, explica que o estudo vai avaliar a efetividade da coleira. “É um produto que demanda um investimento por parte do governo e só valerá a pena investir se houver evidências de sua efetividade. Hoje. há poucos estudos locais como produto. ” Se o resultado for efetivo o governo deverá fazer uma compra para atendimento em massa.

Veículo: Brasil Econômico
Fonte:
boxNet.com.br/FIESP

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