Catarina Alencastro
CANCÚN - Começou nesta segunda feira a 16ª Convenção da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP-16) em Cancún, no México. Nos discursos de abertura do evento, que acontece um ano após a fracassada tentativa de acordo em Copenhague (COP-15), o tom era de se buscar a retomada do engajamento dos paises no combate ao aquecimento global. O Nobel de Química Mário Molina, um dos primeiros a falar, apontou que adiar as ações para reverter o problema que vem causando, segundo cientistas, tragédias ambientais com mais frequência, vai resultar em um custo ainda mais alto para os paises.
- Adiar ações custara mais e representara maior prejuízo para as gerações futuras do que agir agora. As consequências serão irreversíveis - avisou, citando o derretimento das geleiras e a desertificação da Amazônia.
Outro cientista a falar, o presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), braço cientifico da ONU, Rajendra Pachauri, citou as evidências demonstradas pelo ultimo relatório do grupo, que aponta a atividade humana como causadora do aumento de emissões de gases-estufa e a consequente mudança no clima do planeta. Ele afirmou que se a temperatura da Terra subir mais do que entre 1.,5 o C e 2,5 o C, entre 20% e 30% das espécies de plantas e animais que existem hoje poderão entrar em grande risco de extinção. Se chegarmos a esta temperatura, disse, os oceanos podem subir ate 1,4 metro, impactando significativamente ilhas e cidades costeiras. Desde o período pré-industrial ate agora, a temperatura global já subiu 0,8o C.
O anfitrião do evento, presidente mexicano Felipe Calderon, fez um apelo para que os negociadores de 194 paises que estão reunidos em Cancun cheguem a um acordo para mudar os rumos da crise climática. Ele disse que a humanidade toda esta os assistindo e as futuras gerações irão cobrar, caso eles falhem em alcançar um resultado. Sua fala foi feita para tentar atenuar o pessimismo que ronda a reunião. Poucos esperam que os paises desenvolvidos fechem um consenso sobre metas de redução de CO2 a partir de 2013, quando o Protocolo de Kyoto, que fixa esta obrigação, expira.
- Será uma tragédia que nossa incapacidade nos leve a falhar. Neste terreno não pode haver rivalidades porque o desafio e comum. Só há uma espécie humana e um planeta Terra - ponderou.
A presidente da Convenção, Christiana Figueres, chegou a pedir para que os deuses maias ajudem os negociadores a encontrar uma solução. A COP-16 acontece ate o dia 10 de dezembro.
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