terça-feira, 24 de agosto de 2010

Desencalhe de baleia no RS é o 1º bem sucedido em 10 anos

24-Ago-2010

Mergulhador sobe em baleia durante os trabalhos
Foto: Marcelo Nitschke/Prefeitura de Xangri-lá/Divulgação


De acordo com coordenador de pesquisas do Instituto Baleia Jubarte, Milton Marcondes, a operação organizada para desencalhar o mamífero, na praia de Capão Novo, no litoral do Rio Grande do Sul, nesta terça-feira, foi a primeira bem sucedida com animais desse porte em 10 anos.

A operação de desencalhe foi coordenada pelo Batalhão Ambiental da Polícia Militar gaúcha. Por volta das 16h30, a baleia que estava encalhada desde domingo, foi rebocada por 200 m por um navio da Petrobras.

De acordo com Marcondes, o último registro de desencalhe de um animal desse tamanho, ocorreu em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo, em 2000. "Esse tipo de operação, para desencalhar animal de 11 m, com cerca de 20 t de peso, requer uma logística muito grande, condições propícias e um pouco de sorte", disse o veterinário.

"Nesse caso o sucesso se deve também ao fato do animal ter encalhado com boa parte do corpo dentro d'água, além da temperatura local não estar muito elevada. Se fosse no Nordeste do País, por exemplo, é possível que ele não tivesse sobrevivido", afirmou.

Ele diz, no entanto, que já houve sucesso em operações semelhantes, mas com filhotes. "Nesses casos, para sobreviver, os filhotes devem encontrar as mães, porque senão acabam morrendo no mar atacados por predadores com tubarões".

De acordo com eles, a maioria dos encalhes registrados no Brasil são de carcaças de animas mortos por causas naturais, atropelados por barcos ou presos em redes de pesca, que são levado às praias pela correnteza. "O encalhe de animais vivos é considerado um fenômeno mais raro. Nesse caso do Rio Grande do Sul, pode ser que o animal estivesse doente ou desorientado", disse.

A baleia jubarte é uma espécie considerada vulnerável no Brasil, ou seja, que pode sofrer extinção a longo prazo. Segundo o coordenador do instituto, os casos de encalhe no País tiveram um aumento significativo, em relação ao ano passado. De acordo com ele, o mesmo fenômeno é observado na Austrália. "No ano passado, no Brasil, ocorreram 30 encalhes, e só em 2010, esse número está em 35", disse.

"Esses animais viajam para a costa do Brasil no inverno para se reproduzirem, e voltam para águas polares para se alimentarem. Mas, o animal que encalhou no Sul, tinha entre 2 ou 3 anos de idade, não estava em idade de reprodução", disse o veterinário. Para ele, fatores climáticos, humanos ou naturais podem ser as causas.

http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI4640949-EI8139,00-Desencalhe+de+baleia+no+RS+e+o+bem+sucedido+em+anos.html

Desencalhe de baleia jubarte viva é o primeiro dos últimos 10 anos no país, aponta instituto

O último caso teria ocorrido no ano 2000 em Ubatuba, no litoral paulista

clique na imagem e veja um slideshow do Jornal Zero Hora

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O resgate da baleia jubarte ocorrido na tarde desta terça-feira em Capão Novo, no litoral norte gaúcho, é a primeira operação realizada com sucesso nos últimos 10 anos. A informação é do Instituto Baleia Jubarte, que vem registrando aumento no número de encalhes ao longo da costa brasileira.

Segundo o veterinário e coordenador de pesquisas do instituto, Milton Marcondes, o último caso de uma baleia jubarte resgatada com vida ocorreu no ano 2000 em Ubatuba (SP). Outros casos foram em 1998 em Florianópolis e em 1992 em Saquarema (RJ).

— É muito difícil, mesmo com uma grande infraestrutura, salvar um animal como esse, que é muito grande e pesado. Já teve casos de filhotes que foram resgatados vivos, mas a gente soube depois que eles não encontraram as mães em alto-mar e acabaram morrendo — explicou o veterinário.

No caso desta terça-feira, a jubarte tinha 11 metros de comprimento e quase 25 toneladas. A estimativa é que o animal ainda não tenha atingido a idade adulta e acabou encalhando pela falta de experiência. A operação de resgate mobilizou dezenas de voluntários e integrantes de órgãos ambientais.

— A logística em uma operação dessas é muito complicada. Esse pessoal do Ceclimar está realmente de parabéns — ressaltou Marcondes.

Desde a manhã do último domingo, pesquisadores do Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos e Marinhos (Ceclimar) constataram a baleia da espécie jubarte encalhada na beira da praia de Capão Novo, no Litoral Norte. Uma megaoperação foi montada para resgatar o animal. Os trabalhos foram acompanhados por milhares de pessoas, que comemoraram quando a baleia foi libertada da areia com ajuda de um barco rebocador e nadou para alto-mar.

— Também é preciso um pouco de sorte. Nesse caso de Capão Novo, a baleia ficou sustentada por um pouco de água. Quando isso não ocorre, o próprio peso comprime os órgãos e dificulta a respiração. Em 2004 teve um caso em Niterói, no Rio, que mesmo com toda a infraestrutura a baleia acabou morrendo. É uma pena que a maioria dos casos não tenha esse mesmo sucesso de hoje, nem mesmo em países com mais recursos — ponderou o coordenador de pesquisas do instituto.

Nos últimos dias, veterinários do programa de resgate do Instituto Baleia Jubarte, com sede em Caravelas, extremo sul da Bahia, tiveram quatro chamadas para resgatar animais, todos já mortos, encalhados em locais como Prado, Nova Viçosa e Corumbau. Já a equipe da Praia do Forte, litoral norte de Salvador, foi chamada para dois encalhes em menos de cinco dias, na região costeira.

Segundo registros do Instituto Baleia Jubarte, em todo o ano passado foram verificados 30 encalhes no país. Este ano já são 34 entre o Rio Grande do Sul e o Rio Grande do Norte, índices que podem superar o recorde registrado em 2007, quando foram atendidas 41 ocorrências. Os elevados números de 2010 são atribuídos ao crescimento da população dessa espécie de baleia, que vem ocorrendo na ordem de 7%.

Segundo as pesquisas, a chegada das baleias ao Brasil, principalmente à costa da Bahia, começa em julho. Nesse período elas estão em fase reprodução, até novembro, quando retornam à Antártida, onde se alimentam de krill, uma espécie de “camarão” pequeno. Uma jubarte adulta pode atingir 16 metros e pesar até 40 toneladas.

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