quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Sem assistência, égua sofre com corte na pata em Palhoça/RS

Noticias - ANIMAIS - BRASIL
16-Set-2010
Alessandra Toniazzo

Caco de vidro teria motivado o ferimento na pata de Nina - Foto:Alvarélio Kurossu

Caco de vidro teria motivado o ferimento na pata de Nina
Foto:Alvarélio Kurossu

A tristeza de Luiz Carlos dos Santos era tão visível quanto a dor da égua Nina. Em um terreno tomado pelo lixo, nos fundos da pequena casa de madeira, o papeleiro passava a mão no bicho em forma de carinho. Na tarde de terça-feira, na Comunidade Frei Damião, em Palhoça, na Grande Florianópolis, ao sair para buscar o material da reciclagem como faz todos os dias, Luiz notou que poças de sangue se misturavam com a lama.

— A bichinha relinchava, tentando espantar a dor. Foi um caco de vidro que cortou a pata. Sem ela não sei o que vou comer em casa. É triste, não tenho esperança mais, nem dinheiro, só tenho a Nina — lamentava entre lágrimas, o trabalhador, olhando para o corte na pata do animal.

Com os R$ 800 que arrecada com o material reciclado, Luiz sustenta a mulher, Andréia Forte Garcias, 15 anos, e o pai, Moisés. Na tentativa de salvar o animal e sem dinheiro para comprar medicamento, Luiz improvisou açúcar e banha. O mistura fez o sangue parar de escorrer por um tempo.

Ninguém para ajudar

Na terça-feira, as polícias Militar e Ambiental estiveram no local, mas nada puderam fazer. De acordo com a assessoria, não compete à elas a responsabilidade nestes casos. Em algumas situações, a polícia pode sacrificá-lo. O superintendente da Fundação do Meio Ambiente de Palhoça, Danilo Neto Al Cici, informou:

— Só tratamos denúncias de maus tratos. Não temos veterinários, nem carros, que possam socorrê-los.

A cidade não possui Centro de Zoonoses. De acordo com o gerente da Vigilância Sanitária de Palhoça, Osvaldo Maciel, um projeto está sendo estudado.

— Mesmo com o projeto, não vamos atender animais de grande porte. Quando o animal tem dono, cabe a ele cuidá-lo — disse.

Mesma situação

A mesma situação ocorre em São José e Biguaçu, onde não há centros de Zoonoses. As vigilâncias sanitárias e as fundações do Meio Ambiente destas cidades recebem apenas casos de maus tratos. Os projetos estão sendo analisados, mas sem prazo para serem executados.

Em Florianópolis, o Centro de Zoonoses realiza o atendimento ambulatorial em gatos, cachorros e cavalos, estando, ou não, com o proprietário. Eles não recebem mais animais abandonados por falta de espaço. De acordo com o assistente administrativo, Flávio Cunha, os veterinários realizam também a castração de forma gratuita.

Se você quiser ajudar no tratamento da égua Nina, ligue: (48) 8469-3872.

http://www.clicrbs.com.br/diariocatarinense/jsp/default.jsp?uf=2&section=Geral&newsID=a3041288.htm

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