Em matéria ilustrada com foto de poedeiras criadas em gaiola de uma granja brasileira (reprodução abaixo), o jornal britânico The Guardian afirma ter feito pesquisa na qual constatou que um quarto da carne comercializada no Reino Unido vem de produtores que não estão obrigados a obedecer às normas internas de bem-estar animal. Entre eles estão fornecedores do Brasil.
De acordo com o jornal, as más condições em que os animais são mantidos abrangem alta densidade em galpões de frangos e de perus, gaiolas de parição onde porcas são mantidas o ano inteiro e “castração física sem anestesia de javalis”. Não é o que ocorre no Reino Unido, onde os padrões de bem-estar animal são relativamente elevados comparativamente ao resto do mundo, “aqui inclusa a União Europeia”.
Mas embora o criador britânico atenda obrigatoriamente a esses padrões, não existe qualquer restrição na importação de carnes de países que não atendem aos mesmos requisitos e nos quais os custos são geralmente menores – diz o jornal. Daí um crescente clamor (de consumidores e de organizações de produtores) pela melhor identificação (rotulagem) dos produtos, para que haja uniformização dos procedimentos, “pelo menos na União Européia”.
Conforme o The Guardian, 25% da carne avícola consumida no Reino Unido vem de sete países europeus e do Brasil. Esses oito países “permitem a criação de frangos em alta densidade e não obrigam os criadores a manterem em boas condições a cama dos aviários”.
A propósito da densidade, o jornal cita que a legislação britânica a limita a 38 kg por metro quadrado (cerca de 15 aves com 2,5 kg), enquanto no restante da União Européia é permitido até um terço a mais (50 quilos ou 20 aves). Da mesma forma, o Reino Unido é mais exigente nas normas de acesso a comedouros e bebedouros, bem como na utilização de material de cama que seja confortável para as aves.
Clique aqui para acessar a íntegra da matéria, em inglês, divulgada no site do The Guardian. Aparentemente, sua preocupação é o bem-estar animal, mas o que está realmente em jogo é a proteção de mercado. Em cuja defesa poderá ser requerido (dos fornecedores externos) o atendimento das mesmas normas internas.
A propósito: aqui mencionamos apenas as carnes avícolas. Mas o The Guardian também fala da carne bovina fornecida pelo Brasil, “onde é permitida a marcação a fogo, a descorna e a castração sem anestesia”.
http://avisite.com.br/noticias/noticias.asp?codnoticia=10809
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