Priscila Ribeiro
Mogi das Cruzes possui atualmente cerca de 10 mil cães abandonados nas ruas. Essa é a estimativa do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), que calcula ainda a existência de 90 mil animais em toda a Cidade. Diante do número elevado, o setor destaca a dificuldade de abrigar os cachorros em sua sede, localizada no Distrito de César de Souza. No momento, a casa possui capacidade para 50 cães, sendo que as vagas são preenchidas apenas por doentes ou aqueles comprovadamente agressivos.
Desde a semana passada, moradores da Rua Santa Efigênia reclamam de dois cães, de raça rottweiler, que foram abandonados na via. Segundo as famílias, eles dormem nas portas das residências e correm atrás de crianças, sendo que um deles teria mordido uma adolescente na última quarta-feira. Equipes do CCZ foram até o local, porém, não recolheram os animais, alegando que estariam sadios e sendo cuidados pela população, sem qualquer reclamação de agressão.
"Hoje, recolhemos nas ruas apenas animais muito doentes ou que estejam causando incômodo à população. Porém, nesse último caso, fazemos uma intensa pesquisa. Passamos por diversas vezes no mesmo local para observar a característica daquele cachorro. No caso de agressão, por exemplo, a vítima deve procurar um posto de saúde, que irá abrir uma notificação de agravo. Com base nisso, teremos comprovado o caso de agressão. Mas a população também precisa nos procurar para registrar a denúncia", explica o médico veterinário Carlos Alberto Vicentin.
No Mogi Moderno, famílias também reclamam da grande quantidade de cães que ficam na Rua Ismael da Silva Melo. "O problema é que esta via é caminho para uma escola do Bairro, sendo que muitas crianças passam por aqui. Todos os dias há cerca de oito cães de grande porte e temo que eles avancem em algum morador", conta a dona de casa Elisabete da Silva, 34 anos.
Neste caso, o CCZ também pede a denúncia formal, que pode ser feita por e-mail, em denuncia.vigilancia @pmmc.com.br, ou pessoalmente no setor de vigilância, que fica no prédio da Secretaria Municipal de Saúde, no Centro.
A remoção seletiva, acrescenta Vicentin, acontece há alguns anos por diversos motivos, entre eles a baixa capacidade da sede. "Hoje, conseguimos abrigar cerca de 50 cães, sendo que neste momento já operamos no limite. Além disso, quase não existe procura por adoção, sendo uma média de oito adoções por mês", detalha.
Por isso, ele destaca que a população deve se conscientizar antes de tomar posse de um animal. "É necessário que as pessoas tenham uma laço afetivo com o cão para evitar esse abandono. Além disso, elas devem considerar a questão financeira e saber, por exemplo, que os cachorros vivem de 12 a 14 anos", ensina.
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