sexta-feira, 30 de julho de 2010

São Paulo/interior: Chip em cão ajuda a evitar acidente em via

Noticias - ANIMAIS - BRASIL
30-Jul-2010

Nos últimos 18 meses, 200 casos foram provocados por animais na Anhanguera e Bandeirantes

Henrique Beirangê
DA AGÊNCIA ANHANGUERA

A preocupação com o aumento de acidentes nas rodovias Anhanguera e Bandeirantes causados pela presença de animais soltos pelas pistas, levou a concessionária AutoBAn, responsável pelas estradas, a implementar um programa de doação de microchips ao centros de controle de zoonoses (CCZs) das cidades atravessadas pelos trechos. A ideia é implantar os aparelhos em cães de comunidades carentes que se situam às margens das rodovias e conscientizar os proprietários dos riscos e consequências legais de se permitir que os animais transitem livremente pelas estradas.

O microchip é introduzido por meio de uma agulha na região subcutânea da nuca do animal, não sendo necessária a aplicação de anestesia. No aparelho são registrados o nome, o endereço e as características do cão. Segundo a concessionária, nos últimos 18 meses, cerca de 200 acidentes de trânsito foram causados pela presença de animais na pista, sendo 80% deles provocados por cães abandonados, que acabaram deixando 36 pessoas feridas. No mesmo período, aproximadamente 2,5 mil cães mortos foram removidos dos 320 quilômetros do sistema Anhanguera-Bandeira ntes.

O programa foi iniciado na cidade de Americana com a implantação de 100 microchips em cachorros do bairro Asta 3, região periférica do município. No local, foi realizado um mutirão por veterinários do CCZ da cidade, oferecendo castração gratuita e a implantação do equipamento nos animais. Morador do bairro, o autônomo José Walfrido Nascimento Júnior, de 26 anos, proprietário do cão Sena disse que aprovou a iniciativa e que quem realmente gosta dos seus animais aderiu a iniciativa sem nenhum problema. “Com o microchip, caso o cachorro se perca, agora temos como localizá-lo”, disse.

Segundo o coordenador do CCZ de Americana, o veterinário Fernando Vicente Ferreira, a receptividade ao programa tem sido grande e os proprietários não tem se recusado a implantar o microchip. “Estamos otimista com esse auxílio. Com os microchips poderemos mapear onde as ocorrências de animais soltos acontecem com maior incidência, ampliando a fiscalização e conscientizaçã o nesses locais”, afirmou.

A AutoBAn informou que nos trechos da rodovia possui quatro aparelhos que efetuam a leitura dos dados e que quando cães abandonados são encontrados nas margens da estrada, os que estão identificados são levados até o dono e comunicados das penas civis e legais que estão sujeitos no caso de acidentes de trânsito. Os não identificados são encaminhados para doação nos CCZs.

Um dos beneficiados pelo programa de doações no CCZ de Americana foi o mecânico Ronaldo Basílio, de 34 anos, proprietário da cadela da raça dálmata Lara. Após ter sido recolhida, um microchip foi implantado na cadela. “É uma forma de manter os donos na linha”, disse.

Doações

A assessoria de comunicação da concessionária informou que pretende expandir a iniciativa de doações também para as cidades de Campinas, Jundiaí, Osasco e Nova Odessa. Nesses municípios também serão doadas a mesma quantidade de microchips que foi fornecida a Americana. A AutoBAn já planeja criar parcerias com outras empresas privadas para ampliar o número de microchips a serem doados.

O secretário de Sáude de Campinas, José Francisco Kerr Saraiva, elogiou a iniciativa e disse que o Município também está disposto a conhecer o projeto da concessionária. “Sabemos que animais abandonados estão ligados a transmissão de doenças, mordeduras e de proliferação de doenças. Toda iniciativa que incentive a posse responsável é bem vinda”, disse.

Microchipagem em Americana é obrigatória

Em Americana, a microchipagem de cães, gatos e equinos é obrigatória, de acordo a Lei Municipal número 4547/2007. A multa para o proprietário que não realizar a identificação eletrônica do animal é de R$ 836,77. Para moradores de baixa renda o processo de implantação é gratuito. Para conhecer um pouco mais sobre o trabalho de castrações e de microchipagem do município, a gerente de programas veterinários da WSPA (Sociedade Mundial de Proteção Animal) no Brasil, Rosângela Ribeiro, foi ao Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) para constatar como o trabalho é feito no órgão. Em sua avaliação, o CCZ de Americana realiza um trabalho exemplar e possui uma equipe bem treinada. “A área é grande e boa. O gatil é maravilhoso e o canil que será construído também terá o mesmo padrão. A microchipagem tem tido resultado e a população percebido o quanto é importante o registro e a identificação dos animais”, disse. A gerente da instituição afirmou ainda que o exemplo de Americana deve ser seguido por outros municípios do País. Para o presidente do Conselho Municipal de Proteção e de Defesa Animal (CMPDA) de Campinas, Flávio Lamas, o fato do CCZ de Americana ter tido o trabalho realizado procurado por uma das maiores organizações internacionais de proteção ao animal é uma prova de que o trabalho é bem feito. “Eles procuram boas iniciativas para que possam ser reproduzidas em outros locais. Se a WSPA foi conhecer o local, realmente ele é uma referência”, afirmou. (HB/AAN)

SAIBA MAIS

Microchip é um microcircuito eletrônico com um código exclusivo encapsulado em um biovidro. O equipamento fica inativo a maior parte do tempo. O menor deles, para uso animal, é do tamanho de um grão de arroz, medindo 12x2 milímetros.

http://cpopular.cosmo.com.br/mostra_noticia.asp?noticia=1698982&area=2020&authent=83B0657D4E7322A192475F6C510083

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