Delegacia queria acompanhar sacrifício e enviou ofício à prefeitura, mas administração não respondeu
PAULO REDA
CAMPINAS
A delegada titular do Setor de Proteção aos Animais e ao Meio Ambiente de Campinas, Rosana Vescovi Martano, disse ontem que irá instaurar inquérito para investigar as circunstâncias em que ocorreu o abate de 13 capivaras que viviam no Lago do Café, sábado.
Os animais foram sacrificados sob o argumento de que estavam contaminados com o carrapato-estrela, que transmite a febre maculosa. O abate foi efetuado com autorização do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente). “Não estou questionando a decisão da Justiça que negou uma liminar para suspender a eutanásia dessas capivaras ou a posição adotada pelo Ibama, mas sim a forma como isso foi feito pela prefeitura”, destacou Rosana.
IGNORADO
De acordo com a delegada, no dia 1º de março a Polícia Civil encaminhou ofício à Secretaria de Assuntos Jurídicos para que todos os procedimentos referentes à eutanásia das capivaras fossem acompanhados pela delegacia de proteção aos animais. “O ofício não foi sequer respondido e fiquei sabendo do abate depois que ele aconteceu”, disse Rosana.
A delegada ressaltou que, por isso, não foi possível encaminhar um perito da Polícia Civil ao Lago do Café no momento do abate das capivaras para constatar as condições em que os animais foram executados. “Encaminhei um outro ofício hoje (ontem) à prefeitura para que possamos realizar um exame necroscópico nos corpos dos animais, mas recebemos informações extra-oficiais de que os corpos foram incinerados, o que elimina qualquer prova”, afirmou.
A delegacia de proteção aos animais deve concluir nos próximos dias um outro inquérito que apurou uma possível situação de maus-tratos envolvendo as capivaras que estavam confinadas no Lago do Café. “Vamos encaminhar à Justiça o resultado dessa investigação e tenho a convicção de que realmente os maus-tratos aos animais ocorreram”, destacou Rosana.
Fonte: http://portal.tododia.uol.com.br/?TodoDia=cidades&Materia=496424
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