Iniciativa é inédita no mundo; além de polícia, parlamentar também espera mudança nas leis.
Partido holandês vê fazendas industriais como grande problema
A Holanda ganhará nos próximos meses a primeira força policial do mundo para combater casos de crueldade contra animais.
O projeto foi aprovado pelo governo holandês em outubro do ano passado, mas não foram divulgados detalhes sobre como a força irá funcionar. Uma data para início da aplicação ainda não foi estabelecida.
A criação da força policial foi proposta pelo Partido para os Animais, que conseguiu entrar em 2006 para o Parlamento holandês, onde tem dois representantes.
Em princípio, a polícia animal será formada por 500 agentes policiais que perderam seus empregos devido a cortes no orçamento do governo.
A parlamentar e líder do Partido para os Animais, Marianne Thieme, disse à BBC Brasil que este número é suficiente apenas para cuidar dos casos de maus tratos contra animais domésticos, e não para aplicar a lei em grandes fazendas industriais.
De acordo com a parlamentar, a indústria alimentícia é o grande problema em relação à crueldade contra animais na Holanda, principalmente em termos de transporte de cargas vivas e de acondicionamento.
"Temos 450 milhões de animais abatidos todo ano, que estão tanto em pequenas jaulas quanto em grandes depósitos, onde se amontoam, por exemplo, 100 mil galinhas juntas, sofrendo crueldades terríveis", disse Thieme.
Thieme defende mudança nas leis e maior preparo dos promotores
Ela também afirma que os animais selvagens são outras vítimas de maus tratos na Holanda, devido à caça. Thieme diz que, afora os animais que são mortos, muitos outros ficam feridos em acidentes e acabam morrendo depois de muito sofrimento.
Thieme diz que mesmo os animais domésticos são alvo de maus tratos sistemáticos no país. Segundo ela, os filhotes de cães e gatos que são comercializados ficam por muito tempo confinados em pequenas jaulas escuras, de maneira ilegal e insalubre.
A parlamentar acredita que, além de criar uma nova força policial, é necessário implementar leis mais específicas de proteção aos animais, bem como ter promotores mais bem informados e treinados sobre casos do tipo.
"Hoje, 90% dos casos de crueldade contra animais na Holanda são rejeitados pelos tribunais, em boa parte devido ao despreparo dos promotores", afirma a parlamentar.
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