Farristas foram flagrados pela Polícia Militar em Itapema, porém nenhum suspeito foi preso
Iniciou em Santa Catarina a cooperação mútua entre os diversos órgãos do Governo do Estado para o enfrentamento da prática ilícita da farra do boi, por meio de ações preventivas e repressivas. A operação conjunta da Polícia Militar de Santa Catarina, Companhia Integrada do Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), Ministério Público, Polícia Civil e secretarias de Desenvolvimento Regional, além de conselhos comunitários e ONGs, visa impedir a farra na região que vai do município de Itajaí a Palhoça.
O comandante-geral da PMSC, coronel Nazareno Marcineiro, destaca que a ação envolverá todos os órgãos públicos ligados à Segurança Pública. "A Polícia Militar já realizou duas reuniões com os diversos setores para identificar quais ações devem ser desenvolvidas para coibir a prática da farra do boi", declarou o comandante-geral.
A novidade neste ano é a definição da responsabilidade de cada órgão do Governo do Estado, envolvido na operação. "Na frente preventiva, o Batalhão de Proteção Ambiental da Polícia Militar está desenvolvendo palestras educativas, com distribuição de folhetos, jingles nas rádios e propagandas nas TVs. Já na ação repressiva, o setor de inteligência da PM está identificando os criadouros irregulares de animais e a Cidasc fiscalizando os rebanhos", afirmou Marcieneiro. Atualmente, a farra do boi é realizada não só no período da quaresma, mas também em outras épocas do ano. O bairro da Barra, em Balneário Camboriú, abriga vários farristas que seguem a tradição herdada dos açorianos.
Itapema
No domingo (12), um caso de farra do boi foi registrado na cidade de Itapema. Os farristas estavam agindo na região do Morro do Ariel. Os populares chegaram a construir barricadas para impedir a entrada dos veículos utilizados pela PM. Após muita insistência, os policiais encontraram o animal que estava bastante debilitado. Os farristas fugiram para um matagal, próximo ao local, e nenhum suspeito foi detido A Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) esteve no local para recolher o animal que foi sacrificado pelo órgão. O gerente da Cidasc, João Carlos Batista dos Santos, revela que o animal que não possui registro de origem e deve ser morto para evitar a transmissão de doenças.
Origem
A farra do boi é uma tradição característica das comunidades de cultura açoriana, comuns no litoral catarinense e foi adaptada das touradas da Europa. Na farra, o boi representa o papel de Judas, que traiu Jesus Cristo, segundo a Bíblia. Por isso, ele é comum durante o período da quaresma. A prática é considerada crime pela Justiça brasileira e o farrista está sujeito a penas que variam entre três meses a um ano de prisão.
* Ricardo Zanon
http://www.jornaltribuna.com.br/cotidiano.php?id_materia=37819
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