Nas férias, mais cães são abandonados. Ong também pede que animais não virem presente de Natal
Redação Bem Paraná
Os integrantes da organização não governamental Pense Bicho, de Curitiba, promovem a partir das 9h deste sábado (dia 11), em frente ao Bondinho da Rua XV de Novembro, uma manifestação destinada a combater o abandono de animais no período de férias. O grupo realizará uma panfletagem propondo a guarda responsável de cães e gatos e pedindo à população que não dê animais de presente no Natal sem ter a certeza de que eles receberão um tratamento digno dos seus futuros donos. A manifestação recebe o apoio das ONGs Amigo Animal, SOS Bicho e Sociedade Protetora dos Animais.
Não há estatísticas oficiais sobre o número de animais abandonados nas ruas da cidade neste período. No entanto, há cinco anos, quando o serviço municipal de recolhimento de cães e gatos foi extinto, pelomenos um ou dois animais por dia eram deixados com os funcionários doCentro de Controle de Zoonoses, órgão da Secretaria do Meio Ambiente dpo Prefeitura de Curitiba. E o número não levava em conta os cães e gatos abandonados diretamente nas ruas e praças da capital. “As pessoas precisam entender, de uma vez por todas, que os animais não são brinquedos. Eles são seres vivos, que têm necessidades. Por isto, devem ser tratados com respeito”, explica o presidente da Pense Bicho, Aurélio Munhoz.
O mais grave, alerta, é que este problema não ocorre apenas em dezembro. “O abandono dos animais tem seu ponto mais alto no início das férias, a partir de novembro, e se prolonga até o final de fevereiro”.
Baseada em pesquisa feita pela UFPR (Universidade Federal do Paraná), a Pense Bicho estima que o número de animais abandonados apenas em Curitiba, mesmo sem contar os semi-domiciliados, é de 3% em um universo de 430.000. Isto equivale a pelo menos 13 mil animais nas ruas da cidade.
Além dos ataques de cães a pedestres, os animais abandonados podem provocar graves acidentes de trânsito ao circular pelas vias públicas – problema mais comum nas rodovias. “As pessoas também não pensam que eles podem causar doenças. Há aproximadamente 80 tipos de zoonoses. Muitas delas são transmissíveis aos seres humanos, como a sarna, a raiva e o bicho geográfico”, explica Munhoz.
Por este motivo, a Lei de Crimes Ambientais (Lei 9605/98) estabelece punição rigorosa aos autores deste tipo de prática: multa e detenção de três meses a um ano, dependendo da gravidade do problema causado pelo abandono.
O trabalho de conscientização da população da capital já é desenvolvido pela Rede de Proteção e Defesa Animal de Curitiba, que tem um site na internet com informações importantes sobre o tema (http://www.protecaoanimal.curitiba.pr.gov.br/). O município também já adota o sistema de chipagem dos animais, que possibilita um maior controle do número de cães e gatos de Curitiba. “Nós já temos três mil animais chipados”, explica o diretor do Departamento de Pesquisa e Conservação da Fauna, Marcos Traad da Silva.
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