por: Lucas Bólico
Mato Grosso figura entre os principais estados que servem de ‘fonte’ para o tráfico de animais no Brasil. De acordo com dados do Instituto Brasileiro do meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), as regiões fornecedoras de animais para a venda ilegal são a Centro-Oeste, Norte e Nordeste e os consumidores são Sul e Sudeste.A biodiversidade mato-grossense faz com que traficantes busquem aves, répteis e mamíferos no estado para revenderem em outras regiões. Os números apresentados pelo Ibama são cruéis. “Para cada animal que sobrevive ao tráfico, pelo menos 10 ou 12 precisam morrer”, calcula o veterinário e chefe do Núcleo de Fauna e Pesca do Ibama, Cesar Soares.
“Desde a captura até a venda, passando pelo transporte, muitos animais morrem. Um macaco, por exemplo, é impossível tirá-lo da mãe sem matá-la. Sem falar do transporte, que é um momento muito delicado, a maioria dos animais não sobrevivem”, explica.
Para passar por barreiras policiais, os traficantes escondem os animais do ‘jeito que dá’. As aves são a maioria. Elas costumam ser transportadas em canos de PCV e pequenos compartimentos.
Já os mamíferos são mais complicados para o transporte. Celso Soares conta que na tentativa de sedar os animais, alguns traficantes costumam dar bebidas alcoólicas para os bichos, se eles erram a dose, o animal pode despertar antes de a viagem acabar.
Para devolver os animais recuperados do tráfico, o Ibama desenvolveu o projeto Asas (Áreas de Solturas de Animais Silvestres). Em parceria com ONGs e propriedades privadas, o Instituto recupera os animais e os devolvem à natureza.
“Muitos vêm mutilados e machucados. Os que podem voltar a natureza são tratados, readaptados e soltos no habitat natural com ajuda dos nossos parceiros. Os que não teriam condições do sobreviver sozinhos, são também recuperados e entregues para criadouros, como zoológicos”, explica.
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