Seminário apresenta alternativas práticas para produzir e lucrar sem ter de destruir a floresta
por:JURACY XANGAI
RIO BRANCO, AC – Soluções viáveis para plantar e ganhar dinheiro sem realizar queimadas que prejudicam o meio ambiente estarão sendo apresentadas a partir das 14h de hoje no Centro de Ensino Profissionalizante Campos Pereira durante o Seminário Amazônia sem Fogo. O evento terá continuidade das 8h às 12h de quarta-feira no mesmo local.
O projeto atende produtores rurais em vários municípios do Acre, Rondônia, Mato Grosso e Pará, e tem comprovado sua eficiência prática em casos como dos municípios mato-grossenses de Guarantã do Norte e Alta Floresta, onde a redução dos desmatamentos em 2008 foi de 74% no primeiro e 94% no segundo.
“Essa grande redução nas queimadas em Guarantã e Alta Floresta não prejudicou a produção, pelo contrário, acabou estimulando a prática de novas culturas como a citricultura que através da diversificação está contribuindo para melhorar a renda familiar nas pequenas propriedades!” A declaração é de Roberto Bianchi coordenador geral do projeto Amazônia Sem Fogo.
O projeto executado pelas ONGs Pachamama Amazônia e Associação Mapinguari é fruto da parceria firmada entre as agências de cooperação Itália/Brasil que agora está ampliando suas ações também para a Bolívia. É por isso que este seminário contará com a presença de uma missão do governo central boliviano, além do Instituto de Fomento e da Companhia Andina de Fomento. Essa participação acontece agora pela formalização do acordo de cooperação mediado pelo Ministério das Relações Exteriores dos governos do Brasil e Bolívia para garantir a conservação ambiental com sustentabilidade econômica e socialmente justa.
Manter a floresta em pé
Também estarão presentes dois técnicos do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Fabíola Lacerda , do PrevFogo de Brasília, e Cassius Azevedo, diretor da Secretaria de Desenvolvimento Rural Sustentável, o qual esclareceu que: “O ponto central da política ambiental do governo Lula está na compreensão de que para mantermos a floresta em pé, precisamos garantir qualidade de vida e sustentabilidade para aqueles que vivem na floresta. Hoje se vê a Amazônia como uma questão global e essa preocupação influencia o mercado local. Exemplo disso são grandes frigoríficos se recusando a comprar carne produzida em áreas desmatadas ilegalmente na Amazônia”.
Cassius resume a nova filosofia como um princípio aprendido quando da posse da senadora Marina Silva no Ministério do Meio Ambiente quando colocou que, ao invés de dizer não faça, precisamos dizer como fazer na Amazônia.
– Isto foi fundamental para a busca de alternativas práticas que unem a experiência e a prática dos produtores rurais e florestais com os nossos conhecimentos técnicos para conseguir bons resultados produtivos e econômicos com sustentabilidade ambiental. É isto que estaremos apresentando neste seminário!”
Após realizar o seminário em Rio Branco, seus participantes partem de Rio Branco para conhecer os resultados práticos das experiências produtivas que estão acontecendo em Alta Floresta, no Mato Grosso.
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