segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Meio ambiente em computador

Software distribui espécies biológicas em vários cenários

fonte: Agência Fapesp


Integrar dados disponíveis em diferentes redes. Esta é, em resumo, a função primeira do openModeller, conceito criado por um grupo de cientistas brasileiros, depois de quatro longos anos de trabalho. Concebido inicialmente para facilitar o acesso aos dados da rede Species Link (um sistema de informação que integra, em tempo real, dados primários de coleções científicas e conta com cerca de 180 coleções e 3,5 milhões de registros), hoje ele permite vários tipos de modelagens ambientais.

“Se quisermos analisar como se espalha a leishmaniose em função da perda de cobertura vegetal, precisamos de dados de ocorrência do vetor e do hospedeiro, além de dados abióticos como pluviosidade e mudanças climáticas. A partir daí, é preciso que toda essa infraestrutura de dados possa ser acessada de forma transparente, com ferramentas que permitam sua visualização e análise. Essa é a proposta do openModeller”, explica Vanderlei Perez Canhos, coordenador deste projeto temático (concluído este mês) e diretor-presidente do Centro de Referência em Informação Ambiental (Cria).

Além disso, o openModeller indica estratégias para a conservação da biodiversidade, como apontar áreas prioritárias com ocorrência de espécies raras e também de controle de doenças infecciosas. A modelagem pode ser útil também para previsão de impactos das mudanças climáticas globais e das atividades humanas sobre a biodiversidade, e também para a prevenção e controle de espécies invasoras.

O desenvolvimento do openModeller é tão complexo, diz Canhos, que “tivemos nove doutorandos, cinco mestrandos e sete estudantes de graduação, além de seis bolsistas de treinamento técnico envolvidos com o projeto”. Não foi só isso. “Muitos pesquisadores do Cria, da Poli e do Inpe também tiveram envolvimento direto. O resultado é que o projeto rendeu um programa de capacitação muito abrangente, gerando várias teses e dissertações”. Vale dizer: este trabalho foi feito em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e com a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP). Outras informações no Cria (www.cria.org.br).

http://eptv.globo.com/emissoras/emissoras_interna.aspx?289022

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