sexta-feira, 12 de março de 2010

Espirito Santo: Animais silvestres apreendidos com quadrilha

Operação Clube de Caça da Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira (12) em Santa Teresa, região Serrana do Estado, nove pessoas por formação de quadrilha e caça de animais silvestres. A ação envolveu 145 policiais, sendo 80 federais, 60 militares e cinco civis, além de 10 fiscais do Ibama e Ministério Público Estadual.

Cerca de 40 viaturas e carros descaracterizados fizeram buscas na cidade e interior, durante a operação que começou às 4h. Também foram apreendidas 11 armas de fogo, entre elas, revólveres, garruchas e espingardas, inclusive uma com mira a laser. Os animais capturados foram encaminhados à sede do Ibama, em Vitória.

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Os policiais foram cumprir 30 mandados de busca e apreensão e 10 mandados de prisão, destes, apenas um não foi localizado. Os nove presos foram encaminhados para a sede da Polícia Federal, em Vila Velha. Os nomes não foram divulgados para não atrapalhar as investigações. A ação terminou por volta do meio dia desta sexta.

O delegado de Santa Teresa Fabrício Bragato relatou que durante a operação Clube de Caça também foram presas seis pessoas por posse ilegal de armas, sendo que cinco pagaram fiança e foram liberadas. "Como foram autuadas em flagrante, elas pagam fiança e respondem processo em liberdade", detalhou. Os valores pagos foram de R$ 700,00 e R$ 1.000,00.

"A sexta pessoa também foi liberada, mas não pagou fiança porque não tínhamos certeza da funcionalidade da arma. Ela passará por exame de eficiência em Vitória", explicou. Bragato afirma que se for comprovada a operacionalidade da arma esta pessoa também responderá processo por posse ilegal.

A Delegacia de Combate a Crimes Ambientais da Polícia Federal deu início as investigações há três meses. O delegado da PF Fernando Amorim disse que a caça é algo cultural da região, é passado de pai para filho. "Não entendem que é crime, que causa danos ao meio ambiente, a fauna brasileira", lamentou. O delegado afirma que a operação também tem efeito pedagógico.

Hobby

Segundo Amorim, nenhuma das pessoas envolvidas tinha passagem pela polícia. "São pessoas de bem, profissionais, com poder aquisitivo confortável. Não há comprovação de comercialização, eles caçavam por hobby mesmo", destacou.

Conforme o delegado, eles caçavam em áreas federais de preservação ambiental. "Eles eram organizados, viajavam para vários estados brasileiros para caçar, Mato Grosso, Rondônia. Durante as nossas investigações, a equipe chegou a fazer uma viagem com o grupo para a Bahia para flagrar a prática ilegal", revelou.

O promotor de Santa Teresa Marcelo Volpato disse que os caçadores podem pegar de dois a seis anos de prisão por formação de quadrilha armada, e de três meses a um ano pela caça. "Nenhum animal silvestre pode ser caçado no Brasil, de acordo com a lei 9.605", frisou.

De acordo com Volpato, em alguns países a caça não é proibida, como na África. Ele conta que no processo há fotos de alguns dos investigados que já foram ao caçar no exterior.

http://gazetaonline.globo.com/index.php?id=/local/minuto_a_minuto/local/materia.php&cd_matia=612112

Um comentário:

  1. É isso aí! Parabéns às polícias e Ibama, ainda mais por trabalharem juntos! Crime é crime! Para as pessoas ou para os animais. Não adianta ter lei se não é fiscalizada! Quero ver se esses criminosos vão ficar mesmo na cadeia...que a justiça faça tb sua parte!

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