quinta-feira, 11 de março de 2010

Líderes prometem 1,2 bi euros para proteção de florestas

Daniela Fernandes
De Paris para a BBC Brasil

Líderes querem impulsionar combate ao desmatamento

Líderes de vários países reunidos em uma conferência internacional sobre preservação das florestas nesta quinta-feira, em Paris, se comprometeram a doar 1,2 bilhão de euros (R$ 2,9 bi) para impulsionar o combate ao desmatamento, declarou o ministro francês do Meio Ambiente, Jean-Louis Borloo.

Na Cúpula de Copenhague, em dezembro passado, seis países, entre eles a França e a Noruega, já haviam se comprometido a doar 3,5 bilhões de euros (R$8,4 bi) no prazo de três anos para programas de redução das emissões de CO2 decorrentes do desmatamento nos países em desenvolvimento.

“Já conseguimos reunir 4,7 bilhões de euros (R$ 11,3 bi). O objetivo é obter 5 bilhões de euros (R$ 12 bi). Por enquanto, são quantias prometidas. Aguardamos que elas se tornem investimentos efetivos em operações para preservar as florestas”, disse o ministro francês à BBC Brasil.

Segundo o ministro brasileiro do Meio Ambiente, Carlos Minc, o Brasil - que possui a maior floresta tropical do mundo - poderá receber até 40% desse montante e também doará mais recursos para combater o aquecimento global. Sem precisar as quantias, Minc disse que o dinheiro não será destinado só para a área de florestas.

O Brasil fornecerá ainda recursos humanos e tecnológicos aos países mais pobres. Durante a reunião em Paris, o ministro propôs que o Brasil realize o monitoramento por satélites das florestas desses países e também forneça capacitação nessa área.

Pós-Copenhague

A conferência realizada em Paris, uma iniciativa do governo francês que contou com a participação de cerca de 60 países, foi a primeira reunião internacional sobre questões climáticas após a Cúpula da ONU em Copenhague.

No encontro, também foi criado um comitê especial formado por 8 países, liderado sobretudo pela França e pelo Brasil, para coordenar todas as ações internacionais em relação às florestas.

Esse grupo especial irá monitorar os projetos e também os recursos destinados à luta contra o desmatamento, que representa hoje cerca de 20% das emissões de gases poluentes que provocam o efeito estufa.

Os líderes discutiram ainda a implementação, neste ano, de mecanismos de redução das emissões de CO2 provocadas pelo desmatamento.

Segundo Minc, oss países desse comitê especial sobre florestas querem pôr em prática rapidamente seus projetos para chegar à cúpula de Cancún sobre o aquecimento global, em dezembro, com experiências já aplicadas e mostrar às outras áreas da negociação exemplos que deram certo.

“A questão das florestas havia sido deixada de lado nas discussões preparatórias da Cúpula de Copenhague e agora o assunto está tomando a dianteira nas negociações sobre o aquecimento global”, disse Minc.

Como a necessidade de lutar contra o desmatamento é um dos temas que mais avançou nas discussões sobre o clima, os países reunidos em Paris acreditam que seus projetos podem dar novo impulso às negociações.

Durante o encontro, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, lançou um apelo para a retomada rápida das discussões sobre o aquecimento global, mas “sob bases diferentes da reunião de Copenhague”, cujos resultados foram considerados “frustrantes” pelo líder francês.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/03/100311_franca_rc.shtml

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